quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Feliz 2015!!!

Mais óbvio do que o post de Feliz Ano Novo no Blog do Zé Ruela, é a maldita notícia as 11 hrs da manhã de que na Austrália já é ano novo. Pra não dizer que estou inventando, vai a página inteira do site.

Por muitos e muitos motivos, esse blog anda cada vez mais devagar. Já viveu seus dias de Ferrari, Mercedes. Hoje tá pior que Caterham e Marussia. Mas diferente delas, vamos sobreviver, até porque não precisamos de nem um centavo pra isso. Foram apenas 35 posts contra 100 no ano passado. Mas temos que acreditar, milagres acontecem... até o Gonzo tem whastapp agora...

Um abraço a todos, boas vindas aos pequenos futuros editores do blog - a nova geração tá chegando em peso!! E um abraço especial ao Linus, o mais assíduo de todos os leitores desse blog.



sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Sons de Interlagos

Gastei mais de 3 horas para chegar do autódromo em casa hoje a tarde. Não posso reclamar muito, afinal pobre Gustavo, pegou o mesmo perrengue e depois iria até Indaiatuba. O tempo no trânsito me permitiu pensar em várias coisas interessantes que vi nessa tarde pra lá de quente em Interlagos. Santo seja o setor F e sua cobertura que vão me proteger do sol amanhã e depois porque já torrei na sexta-feira.

Pra começar, o som é realmente chocante. Ou a falta dele. Quem conheceu o som da F-1 nos últimos anos vai sentir falta, vai ficar arrasado, xingando todos que decidiram por mudar o regulamento. Vimos parte do segundo treino no S do Senna, quando os carros aceleram tudo com o motor virado para nós. O barulho não incomoda, é triste sim, vc fica esperando aquela gritaria mas vem um som grave, embrulhado, misturado com o chiado da turbina. Sem falar o tanto de pneu cantando que se ouve no Laranjinha. Chega a dar dó do vendedor de protetor auricular, vai encalhar tudo. Vi muita gente reclamando, lamentando, puto da vida.

Mas vi também muita gente empolgada, desesperada para filmar ou tirar foto quando os primeiros carros entraram na pista. Pessoas que nunca tinham visto um F-1 na vida e estavam deslumbrados com aqueles carros. Ou seja, é lógico que voltar ao som antigo vai agradar muito os fãs, mas se esse for o som da F-1 daqui pra frente, daqui 10 anos 90% das pessoas que forem ao autódromo só vão conhecer esse som. Os outros 10% de fanáticos que conheceram o som do passado estarão reclamando e propagando a máxima de que no passado era melhor. É um baque sim e deveriam ter considerado isso antes de mudar tudo. Mas não acho que isso seja um fator que vai afastar o público dos autódromos.

O esquema da SAE foi show como sempre. Algumas fotinhas da brincadeira para quem não foi.

Na pista um massacre das Mercedes, o que abre uma perspectiva bem ruim para a disputa da vitória no domingo. É fato: Hamilton só perde o campeonato para ele porque Rosberg não reverte a coisa sozinho e o resto da turma está muito longe. Se não chover, se o carro de Hamilton não quebrar ou se ele não acionar o botão do neutro como em 2007, o inglês vai comboiar o alemão no Brasil e em Abu Dahbi e pronto. Contamos com os alucionados do terceiro ao décimo oitavo para proporcionar a diversão.

Por fim, Interlagos está bonito por dentro mas continua a mesma porcaria do lado de fora. Dentro vai se modernizando lentamente, a parte da pista está excelente, mas o público precisa de atenção. Será que custa tanto para colocar o setor G e A no mesmo padrão de todas as outras arquibancadas do circuito? O público merecia isso. Mas o maior problema é fora. Um bilhão de guardadores de carro, cambistas, ruas apertadas, ambulantes, ladrões. Tudo no meio de um monte de gente folgada que só pensa em si mesmo. Vou para meu vigésimo quinto GP em Interlagos. Incrível como muita coisa melhorou dentro dos portões, mas do lado de fora parece que estamos em 1990 ainda.

#RonaldofudeuesquemaLotus





 CT... conhece? Meio mala.... rs



sexta-feira, 31 de outubro de 2014

O retorno... longe de ser triunfal

Confesso que perdi um pouco a mão de escrever no blog. Foram meses longe daqui, passando de vez em quando para ver se algum Zé Ruela ainda mantinha a chama acesa... louvado seja Liopordo. Cadê o CT com suas análises técnicas, cadê o Gonzo com as histórias dos mecas... aliás, cadê o Gonzo nesse mundo??? Reconheço que tá cada dia mais difícil dedicar tempo para esse blog. Mas assim como os torcedores da Portuguesa, não vamos desistir!

Como a insônia bateu pesado hoje, resolvi escrever algo. Por total falta de inspiração, pensei numa coisa bem idiota, mas que vai ajudar o sono chegar... resolvi listar todos os pilotos que vi ao vivo nesses 20 e tantos anos de GP Brasil. A fonte será a pouco confiável página do Wikipedia, incluindo pilotos que andaram apenas na sexta quando mencionados. Só exclui celebridades Claudio Langes e Gary Brabham porque não classificaram em 1990 e só assiti a corrida. Vai ter alguma imprecisão lógico, mas e dai? O que vale é relembrar os ícones do automobilismo que vi ao vivo. Vamos lá. Ordem alfabética pra facilitar a conferência no Excel.

Adrian Sutil
Aguri Suzuki
Alain Prost
Alessandro Naninni
Alessandro Zanardi
Alex Caffi
Alex Yoong
Alexander Wurz
Allan McNish
Andrea Chiesa
Andrea de Cesaris
Andrea Montermini
Anthony Davidson
Antonio Pizzonia
Ayrton Senna
Bas Leinders
Bertrand Gachot
Bjorn Wirdhein
Bruno Senna
Charles Pic
Christian Fittipaldi
Christian Klien
Christijan Albers
Cristiano da Matta
Damon Hill
Daniel Ricciardo
David Brabham
David Coulthard
Derek Warwick
Domenico Schiattarella
Eddie Irvine
Emanuele Pirro
Enrique Bernoldi
Eric Bernard
Eric van de Poele
Erik Comas
Ernesto Viso
Esteban Gutierrez
Esteban Tuero
Fabrizio Barbazza
Felipe Massa
Fernando Alonso
Franck Montagny
Gabriele Tarquini
Gaston Mazzacane
Gerhard Berger
Giancarlo Fisichella
Gianmaria Bruni
Gianni Morbidelli
Giedo van der Garde
Giovanna Amati
Gregor Foitek
Heikki Kovalainen
Heinz Harald Frentzen
Ivan Capelli
Jacques Villeneuve
Jaime Alguersuari
Jan Charouz
Jarno Trulli
Jean Alesi
Jean Eric Vergne
Jenson Button
Jerome D`Ambrosio
Johnny Herbert
Jos Verstappen
Juan Pablo Montoya
Jules Bianchi
Julian Bailey
Justin Wilson
Jyrki Jarvilehto
Kamui Kobayashi
Karl Wendlinger
Kazuki Nakajima
Kimi Raikkonen
Lewis Hamilton
Luca Badoer
Lucas di Grassi
Luciano Burti
Luiz Razia
Marc Gene
Mark Blundell
Mark Webber
Martin Brundle
Martin Donnely
Mauricio Gugelmin
Max Chilton
Michael Ammermuller
Michael Andretti
Michael Schumacher
Michele Alboreto
Mika Hakkinen
Mika Salo
Narain Karthikeyan
Neel Jani
Nelson Piquet
Nelson Piquet Jr.
Nick Heidfeld
Nico Hulkenberg
Nico Rosberg
Nicola Larini
Nigel Mansell
Olivier Beretta
Olivier Gouillard
Olivier Panis
Paolo Barila
Pastor Maldonado
Paul Belmondo
Paul di Resta
Pedro de la Rosa
Pedro Lamy
Pedro Paulo Diniz
Philippe Aliot
Pierluigi Martini
Ralf Schumacher
Ralph Firman
Ricardo Rosset
Ricardo Zonta
Riccardo Patrese
Robert Doornbos
Robert Kubica
Roberto Moreno
Roland Ratzenberger
Romain Grosjean
Rubens Barrichello
Ryan Briscoe
Sakon Yamamoto
Satoru Nakajima
Scott Speed
Sebastian Vettel
Sebastien Bourdais
Sebastien Buemi
Sergio Perez
Shinji Nakano
Stefan Johansson
Stefano Modena
Stephane Sarrazin
Taki Inoue
Takuma Sato
Tarso Marques
Thierry Boutsen
Tiago Monteiro
Timo Glock
Toranosuke Takagi
Ukyo Katayama
Valtteri Bottas
Vincenzo Sospiri
Vitaly Petrov
Vitantonio Liuzzi
Yannick Dalmas
Zsolt Baumgartner

Tá ai... 150 pilotos, desde 1990.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

closed cockpit

Pra tirar a poeira, e fomentar a dicussão....
após o - terrível - acidente do fim de semana, a lamentável notícia do estado do Bianchi, vejo a seguinte manchete no site da BBC:

F1 should consider enclosed cockpits - Claire Williams "


Não seria a boa e velha falta de foco no solução e foco demais no problema? Afinal, acidentes vão continuar a existir, mas é só usar grua ao invés de trator na pista, ou só usar trator com safety car, sem descaracterizar um formula e transfromá-lo num protótipo!?

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

fala galvão

E é com satisfação que anuncio, o fim de uma série - não muito longa é verdade - de posts.



O motivo? Tá tudo aqui. E que venha o SporTV, cada vez mais completo, preciso e respeitando a nós, fâs do pináculo do esporte a motor!

domingo, 29 de junho de 2014

Rod End in Bending - Parte 2

No post anterior, eu falei dos problemas em se usar um terminal rotular em flexão. Mas ainda não dei dicas verdadeiras de solução do problema. E a coisa boa é que existem várias. Então vamos ver como funciona um terminal rotular um pouco diferente. Este é visto em quase todas as  barras de direção:

Fig 07: Barras de direção

Isso é usado no mercado. Uai, mas pode? Pode. E qual a diferença para o outro, que acabamos de ver? Neste caso, a diferença está na aplicação. Barras de direção trabalham em tração e compressão, a flexão dela é irrelevante (quem segura a flexão são as rótulas entre as bandejas e os pivôs, como vimos acima). Pode isso, porque somente temos esforços de tração e compressão ao longo da rosca, exatamente para isso que ela foi desenhada.

Então se pode usar terminal de direção, vamos a nossa figura 8, que mostra uma solução possível:
Fig. 08: Suspensão com 3 terminais de direção.

No exemplo acima, temos 3 terminais de direção. Como o terminal de direção pode ser usado sem restrições, então não tem problema em fazer assim, certo?

Errado. Se você acha que o desenho acima é certo, então infelizmente não entendeu nada. Não é o tipo de terminal o problema. É a barra roscada do próprio terminal trabalhando em flexão que não deve ser usada.
Se você entendeu tudo o que está escrito acima, vai perceber que o terminal rotular com haste roscada está condenado para esta aplicação. Mas não está condenado para sempre. Veja um bom uso para ele:
Fig 9: Suspensão tipo swing axle, um bom uso de terminal rotular de esfera

A suspensão traseira do tipo swing axle usa uma barra de tração. Como o nome diz, essa barra será submetida a tração, e neste caso, não há flexão do terminal. É um caso de uso correto do terminal esférico.

Isso tudo entendido, chega de enrolação. Vamos aos finalmentes, como fazer o jeito certo.
O primeiro tipo de solução é este aqui, com o uso de um terminal rotular esférico, mas a rosca para montagem fica no corpo do próprio terminal

Fig 10: Exemplo certo desenhado

Você já entendeu o porquê de se conectar a manga a bandeja de suspensão dessa forma. Neste ponto do texto, isto TEM que te parecer natural. Se ainda não entendeu, releia o post anterior desta série.

Repare que no exemplo acima ainda temos uma pequena mudança na fixação da bandeja inferior no chassi. Aqui temos um eixo com buchas ao invés de um terminal rotular com rosca. O princípio é o mesmo: evitar que o terminal trabalhe em flexão. A bandeja superior mantém o desenho de uso de terminal rotular, e eu desenhei assim de propósito, seria a única situação que eu aceitaria numa competição de Baja ou Fórmula se a equipe tivesse um bom motivo para fazer assim.

E se você não entendeu porque a fixação da bandeja no chassi é assim, fica de lição de casa. Vai pensar um pouco e veja que realmente o projeto é mais refinado desta forma. Estou falando em resistência mecânica, não entro no mérito se o compliance da bucha de poliuretano com bissulfeto que vai dentro dessa fixação é melhor que a histerese provocada pelo atrito da esfera metálica dentro do terminal rotular. Aí é assunto pra outra conversa.

 E se você ainda acha que esta solução não vale a pena, então porque a Kawasaki usa isso nos seus quadriciclos?


Fig 11: Quadriciclo Kawasaki

 Aí você diz: “Tá, mas isso é pra carro off-road, meu negócio é pista. As cargas de frenagem altas não são suficientes para quebrar meu terminal.” Mesmo que isso fosse verdade, olha a bandeja inferior do Dallara F302 (Fórmula 3, modelo 2002):


Fig 12: Bandeja de suspensão dianteira inferior de um Dallara F3 (Retirada do manual da Dallara)

E esta é a única solução? E se eu quiser ainda ter um pouco de ajuste? Bom, aí fica um pouco mais complicado, mas é possível. Só é necessário usar plaquinhas de ajuste. Esses espaçadores ajudam, mas realmente fica bem mais limitado. É uma solução mais apropriada para os carros de fórmula, onde a precisão do ajuste faz enorme diferença. Tem projetos patenteados, que não posso publicar aqui. Mas o princípio da coisa eu posso:


Fig 13: Método de ajuste de cambagem.

Dependendo do projeto, dá até pra fazer outros ajustes. Olha, de novo, o exemplo do Dallara F302, como muda a altura do roll center:


Fig. 14: Regulagem de altura de roll center, manual do Dallara F302.

Estes são projetos comuns no mercado de competição, e existem alguns até mais simples do que isso. Tem gente que tem uma manga para cada geometria, e tem gente que consegue fazer tudo isso com poucas peças, usando as boas práticas da engenharia.


Espero que vocês tenham entendido o que está errado com os terminais rotulares em flexão, e o que pode ser feito para se arrumar isso. Bajeiros e formuleiros agora não tem mais desculpa: se aparecerem na competição com esse projeto, e sem uma boa justificativa, além de tomar nota baixa na avaliação, vão aprender um pouco sobre orelha puxada trabalhando em flexão... 

Rod End in Bending - Parte 1

Eu tive a ideia de fazer o Telecurso Zé Ruela por causa deste problema, e este post deveria ser o início da série. Mas como os posts de pneu já estavam prontos, acabaram entrando primeiro, e esses aqui ficaram na geladeira por anos Espero desovar mais telecursos meio acabados em breve.

Um terminal rotular trabalhando em flexão é um problema grave. E mais grave é que pelas fotos das últimas competições estudantis pelo Brasil, eu pude perceber que a coisa virou uma praga. Todo mundo está fazendo isso nos seus carros, e como parece ser uma solução elegante, virou meio que default. E os juízes devem coibir isso. Meu medo é que com os anos isso vire uma coisa normal, os juízes considerem isso normal, os estudantes se formam e vêem isso normal, e no dia que eu comprar um carro com isso, vou pessoalmente na fábrica chamar o engenheiro de burro.

Então vamos pro problema. Me desculpem os desenhos, mas desde que mudei de trabalho não posso mais usar o Catia, e ficaram somente os desenhos na mão pra explicar as coisas. Mas melhor isso que nada, certo?

Deixa eu começar pelo começo: há muitos anos atrás, quando eu ainda participava de uma equipe de MINI BAJA (e olha que faz tempo que o termo mini baja não é mais usado), enchia o saco do Rato para que ele fizesse uma suspensão dianteira assim:
Fig. 1 – esquema em vista explodida de uma suspensão duplo A com erro em aplicação

Era o mundo perfeito: com essa suspensão dava pra ajustar cáster, câmber, convergência, e até um pouco de ajuste da bitola. Tudo poderia ser feito simplesmente rosqueando a mais ou a menos alguns terminais. E, atrasado no curso como sempre fui, não entendia porque ele não fazia essa suspensão.

Me formei, vi que isso era errado, mas confesso que não entendia direito o tal do REIB, ou Rod End In Bending. Traduzindo: Terminal rotular em flexão. Então, vou tentar ajudar a quem também não entende direito isso, pra ver se não acontece mais de eu encontrar essa praga nas competições.

Pra começar, vamos ver algumas das cargas que passam da manga para a bandeja. Essas cargas necessariamente passam pelos terminais, já que são o elo de ligação entre os dois componentes. Nesta figura temos a vista frontal de uma suspensão dianteira:

Fig. 02:  Momento fletor no terminal em vista frontal

Em azul, as cargas que entram vindas do solo, e em verde a reação do conjunto amortecedor/mola. Repare que mesmo que a reação esteja alinhada com o ponto de apoio, no terminal rotular ainda há uma flexão (em vermelho).

Isso foi em vista frontal, uma situação onde é mais crítico para carros off-road, apesar do desenho ser de um carro de pista. Agora vamos ver uma vista lateral, que é mais crítica para carros de asfalto (com um desenho de carro off-road, me perdoem):
Fig. 03:  Forças atuantes na manga em vistas lateral e superior

O que temos aqui são as cargas de frenagem, uma reação da pinça de freio sobre a manga. Isso gera um binário na manga, cuja reação é representada pelas setas azul e verde. Quem segura este movimento de girar a manga (e a pinça de freio) junto com a roda é a bandeja de suspensão. E essa carga passa pelos terminais rotulares. Na vista superior podemos ver como ocorre essa flexão do terminal. Pra facilitar, mostrei somente a carga sobre o terminal superior. Em verde, as cargas da manga, e em vermelho, a flexão.

Certo, e como resolver isso? Vamos ver primeiro a principal recomendação de como montar um terminal rotular em uma barra:

Fig 04: Boa prática da instalação da de um terminal rotular.

Reparem que a ponta do terminal está “enterrada” na barra (ou bucha) em pelo menos uma vez e meia o seu diâmetro. Isso é importante para que a transferência de carga seja gradual da rosca do terminal para a bucha da barra. Além disso, temos uma contraporca para manter a posição do terminal. Essa contraporca é importante, e acreditem, se ela ficar solta, a barra vai correr. Se o outro lado for uma rosca esquerda, aí pior ainda. Você com certeza vai perder a regulagem. É incrível como eu pego essas contraporcas soltas em inspeções, tanto pra SAE como para a CBA.

Aliás, um parêntese aqui. Muito cuidado com o torque aplicado nessa contraporca. Consultem sempre o manual do fabricante do terminal sobre o torque a ser aplicado. Torque de menos solta a porca. Torque demais cria uma tensão extra sobre a rosca do terminal, e com a tração a ser colocada na barra que já vai trabalhar a peça, pode haver a ruptura.

Vamos ver agora como acontece a quebra. Já vimos antes quais são as forças fletindo o terminal, então vamos olhar em mais detalhe como o ocorre a falha:

Fig 05: Terminal submetido a flexão

Claro que a imagem acima está exagerada. Mas as forças de flexão tendem a fazer isso. Acontece que a barra que está fletindo é uma rosca, um concentrador natural de tensão. O resultado é fácil: esforços cíclicos + concentrador de tensão = Fadiga acelerada. Com o tempo isso vai quebrar. Isso se não der azar de bater num morro, numa zebra, um esforço a mais vai provocar quebra imediata.

E o que fazer para evitar isso? Bom, eu posso evitar que o terminal flexione da maneira que está na figura acima, colocando porcas e arruelas, para que a barra fique próxima do início da rosca. Assim não vai ter problema, a maior parte da rosca vai estar apoiada. A figura abaixo dá uma ideia do que vai acontecer:

Fig. 06: Terminal com porcas apoiando a barra.

Ué, mas se a rosca está quase toda escondida, protegida, porque falhou? O que aconteceu? Lembre que o momento de flexão é o mesmo: o peso do carro não mudou, os pontos de apoio do amortecedor não mudaram, a geometria da suspensão também não, nem a manga. Portanto, as condições são as mesmas das figuras 02 e 03. A única coisa que mudou foi a contraporca extra para dar mais apoio. Antes, você tinha, vamos supor, 12 fios de rosca expostos, para fletir. A carga de flexão estava distribuída nesses fios. Agora, você tem 6 fios fletindo, e o momento de flexão é o mesmo. Resultado: vai quebrar mais rápido.

Se você tentar “juntar”a contraporca na cabeça do terminal, como no detalhe da figura acima, para evitar ao máximo o número de fios de rosca expostos, mesmo assim não vai adiantar. SEMPRE vai ter um fiozinho, uma entrada de rosca exposta, e é justamente ela que vai quebrar, porque toda a tensão estará nela. Não, essa solução não serve.

Novamente, o que fazer pra evitar isso? Tá fácil. A resposta vem na ponta da língua: É só colocar um terminal de diâmetro maior. Com uma área de seção maior, as tensões serão menores, e poderemos prolongar a vida em fadiga, certo?

NÃO.

Essa não é uma solução elegante. Aliás, é uma solução bem tosca, do ponto de vista de engenharia. Não interessa o diâmetro, a rosca continua lá, concentrando tensão, abrindo a trinca. Na verdade, ao colocar um terminal maior, você está adiando o problema, não resolvendo. Isso é errado. Não dá pra implementar essa solução num carro de rua. Ou pior, imaginem como seria em um caminhão. A manga e suas conexões são componentes críticos, cuja falha pode levar a sérios acidentes. Não dá pra brincar.

Mesmo se o aumento do diâmetro da rosca fosse uma solução viável, a pergunta seria: O quanto aumentar o diâmetro? Para um bom fator de segurança, seria necessário dobrar o diâmetro. Um juiz de design de Fórmula SAE ficaria muito bravo ao ouvir que a massa suspensa foi aumentada porque a equipe não sabia como resolver o problema...

Sendo realista, eu até concordo com a fabricação de uma bandeja com terminais em flexão, para fins de ajuste fino do carro. Você pode usar o terminal rotular trabalhando em flexão numa bandeja protótipo, e depois que o carro estiver ajustado, pegar as dimensões da bandeja, os ângulos da geometria de suspensão, e fabricar a bandeja definitiva. Eu daria um crédito para a equipe que fizesse isso e me contasse na competição. Seria uma forma válida de desenvolvimento de produto, o uso dessa bandeja-protótipo. O que não vale é aparecer na competição com uma bandeja dessa dizendo que é protótipo, e o carro de produção vai ser diferente.

Acho que nesse ponto já derrubei todos os argumentos para se usar isso comercialmente. E em uso estudantil também. Lembrem que Baja e FSAE são carros de recreação, que no projeto devem ser produzidos em massa para serem VENDIDOS ao mercado de recreação. E mais do que isso, a competição avalia PROJETOS DE ENGENHARIA.

Até aqui foi explicado o problema, o que está errado. No próximo post eu explico o que pode ser feito para se livrar do problema de uma maneira definitiva.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Zé Ruela dando dica na Copa

Eu li isso aqui e não aguentei. Tinha que contar um causo de muitos anos atrás.

Não lembro o ano, e um colega e eu fomos escalados para fazer a pista do enduro do Baja, em Interlagos. Nos deram 2 dias de máquina, e um tratorista cardíaco, que quase bateu as botas no meio da Curva do Sol. Na verdade, quem bateu as botas foram os cabos de fibra ótica da reta oposta, mas isso é assunto pra outro post.

O que interessa é que naquela época, a competição do Baja era 2 semanas antes do GP Brasil de F1. Naquela época, ainda não havia as frescuras de fechar o circuito 3 meses antes pra colocar a instalação no padrão FOM. Então entramos no terreno, ali no meio do mato, pra montar a pista. No final do segundo dia, estávamos com o cronograma meio estourado. Estávamos no trecho final, mas no final da tarde, um helicóptero da Globo ficava nos atrapalhando.

Eu não sei o que ele estava fazendo, se gravava imagens do Paddock, de alguma curva em especial, se analisava interferência de sinal, ou se estudava os ventos pra aproximação do heliponto na curva do Sargento. O fato é que ele estava muito próximo do chão, e com o barulho e o vento, nós não conseguíamos nos falar. Pior ainda seria passar a instrução para o velhote tratorista.

Aquilo realmente estava incomodando. Fomos aos trancos e barrancos finalizando a pista, até que chegamos numa clareira. O colega me chamou para o centro da clareira, e falou comigo: Vou dar um jeito nisso aqui.

Ficamos um tempo ali, no meio do nada observando o Globocop. De repente, quando a aeronave estava bem de frente pra nós, escutei uma praguejada habitual, seguida de um "Quer filmar, filma isso aqui, seus trouxas" (ou algo assim). Olho para o lado, e vejo uma situação comum no Tusca, mas inóspita no meio de Interlagos. A visão do helicóptero deve ter sido mais ou menos assim:


Não sei se o helicóptero conseguiu cumprir a sua missão, ou se se assustou com a visão. O fato é que segundos depois o helicóptero sumiu, e pudemos terminar o trabalho normalmente. Prefiro pensar que foi a segunda opção.

Portanto, uma dica ao Jorge Sampaoli, técnico da Seleção Chilena: Se o helicóptero da Globo voltar a pairar sobre o seu treino, você vai ter 22 motivos para mandar embora o intruso!

domingo, 22 de junho de 2014

Tem boné da Brabham?

Ok, essa aqui era um pedido antigo de alguns editores deste blog, que sempre queriam ir ao GP Brasil usando um boné da Brabham. O diacho é que ninguém conseguiu o logotipo antigo da Brabham, aquele da serpente.

Aí eu consegui, não perguntem como, uma foto do bico da Brabham do Piquet. A coisa ficou guardada pra quando desse fazer o desenho. Mas no mês passado, com a morte de Sir Jack Brabham, voltei com o projeto. Então taí:



Claro, coloquei uma marca d´água do Blog, e é uma versão mais rústica. Deu um trabalhão danado fazer isso e não vou dar de mão beijada pra qualquer um. Se algum Zé Ruela quiser o desenho pra fazer a camiseta ou boné pode pedir que eu mando por e-mail. Taí sugestões de como homenagear o velho Jack (e sacanear os ambulantes) no próximo GP Brasil:



Mas, é claro, antes de fazer, tem que pedir licença de uso de imagem pro Bernie... Ele ganha dinheiro da F1 até com equipe extinta!




quinta-feira, 12 de junho de 2014

terça-feira, 27 de maio de 2014

0,060 segundos

Faltou pouco para o tetra...


sábado, 10 de maio de 2014

WWF Rainforest Rescue

Vou dar uma de Gustavo Bonecão de Posto e usar o blog pra falar de outro assunto que não automobilismo.
Esse ano eu estou treinando para quatro desafios esportivos que criei pra mim mesmo e estou arrecadando fundos para o projeto WWF Rainforest Rescue que opera no estado do Acre. Se alguém lendo isso tiver a fim, por favor me "patrocine" doando para o projeto. A empresa Sky vai addicionar 1 libra pra cada libra doada.

Visite a minha página onde em explico sobre os desafios e coloquei detalhes sobre o projeto da WWF: www.justgiving.com/gbrand

Foi mal por usar esse blog pra isso! Por favor não me expulsem!

Downforce vs. Arrasto

O GP de Barcelona é o primeiro da temporada européia e após uma pausa de três semanas em que os carros finalmente retornaram para as suas fábricas. Por esse motivo, essa é uma das melhores oportunidades para as equipes implementarem as atualizações no carro. Esse é um dos motivos pelo qual a ordem da performance das equipes pode mudar.

Porém este ano existe um outro motivo que pode explicar uma mudança na ordem das equipes: o nível de downforce/drag em que o carro foi desenvolvido. Para explicar isso, eu criei esse gráfico abaixo mostrando a relação entre downforce e drag de quatro carros.


Começando pelos carros 1 e 2: vocês podem ver que estas equipes desenvolveram os seus carros para atingir um alto nível de downforce e que invariavelmente traz também um alto nível de arrasto. Quase sempre mais downforce significa menor tempo de volta (a não ser que o downforce seja muito ineficiente, ou seja, crie muito arrasto). O que define se uma quantidade de downforce vs. arrasto é boa ou não é a simulação de tempo de volta. Então quando as equipes estão trabalhando em um carro novo, elas têm um target de drag e tentam criar downforce da maneira mais eficiente possível porém ficando com o arrasto sobre controle e perto do target. Como vocês podem ver, ambas as equipes do carro 1 e 2 trabalharam com um drag target semelhante e nesse caso a equipe do carro 1 conseguiu melhor eficiência e provavelmente será o carro mais rápido.

Agora, e o carro 3 será mais lento que o carro 2? Depende, talvez a equipe concluiu que o carro seria mais rápido se tivesse menor arrasto para maior velocidade em reta e desenvolveu o carro naquela faixa de arrasto. E existirão corridas em que um menor nível de arrasto é desejável e a equipe pode ter uma vantagem em desenvolver o seu carro naquele ponto de operação (lembram da Force India em Spa 2009?).
Ou pode ser que a equipe 3 gostaria de ter mais downforce porém simplesmente não consegue atingir aquele ponto de operação (Caterham e Marussia).

Entre 2009 e 2013 as regras e motores estavam razoavelmente congeladas e as equipes convergiram para um ponto ótimo em termos de drag target. A briga de performance estava como a entre o carro 1 e 2 nesse exemplo. Porém 2014 introduziu uma gigantesca mudança dos motores e a necessidade de terminar a corrida com um limite de 100km de combustível. As simulações de tempo de volta (para determinar o drag target) dependiam de vários parâmetros de operação do motor que eram estimados até o começo desse ano. Como consequência, diferentes equipes tiveram diferentes conclusões sobre o seu drag target e desenvolveram seus carros usando diferentes pontos de operação.

Vou tentar dar nome aos bois: Red Bull e Lotus desenvolveram seus carros com mais downforce/arrasto. Mercedes/Williams/Force India/McLaren/Toro Rosso focaram em muito menos downforce/arrasto. Parece que a Mercedes fez isso de maneira consciente. Force India, McLaren e Toro Rosso porque simplesmente não conseguiram colocar mais downforce no carro.

O que aconteceu foi que o nível de drag desejável para as primeiras quatro etapas foi menor do que o desejável para Barcelona. Em paralelo, os motores Renault foram um desastre, o que significou que Red Bull e Lotus tinham muito arrasto e pouca potência = velocidade em reta abismalmente menor. Aí as duas equipes em questão começaram um processo de tentar reduzir arrasto meio que em desespero e o que aconteceu é o que vocês podem ver na linha pontilhada do carro 2: o arrasto foi reduzido mas de maneira muito ineficiente (isso porque tirou o carro do seu ponto de operação, aí começa a ter stall no difusor, instabilidade de aero em yaw e mais uma porrada de coisas).

Bom, e o que muda para Barcelona? Em primeiro lugar a Renault está vindo com atualizações e, esperamos, mais potência e drivability. Em segundo lugar, apesar da longa reta esse circuito tem muitas curvas de alta velocidade e por isso um alto nível de downforce (mesmo que com arrasto) é mais desejável. Portanto essa foi a primeira oportunidade que Red Bull e Lotus estão tendo de colocar seus carros na zona de operação em que foram projetados.

Mercedes claramente tinha controle total sobre a situação e tinha condições de aumentar o nível de downforce/arrasto de maneira eficiente. A Williams eu não sei. McLaren e Force India parece que estão muito limitados e continuaram com os níveis de downforce/arrasto abaixo do esperado. E o mesmo para a Toro Rosso.

Em breve as equipes vão dominar a operação dos seus carros e convergir para o ponto ótimo, porém no momento ainda estão acontecendo muitas variações, e isso explica um pouco as mudanças que podem acontecer no pelotão do meio nessa e nas próximas corridas.

Mas e aí o que acontece em Monza/Montreal/Spa? Bem, as equipes vão ter programas no túnel para desenvolver pacotes específicos para essas corridas que exigem menos arrasto. O fato é até aqui todas se preocuparam em desenvolver seus carros para as primeiras corridas. Isso foi baseado nas simulações e ficou claro as equipes com motor Renault tiveram algumas dificuldades em estimar o drag target mais adequado.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

20 anos....

Desde o primeiro mês deste blog, em 2009, sempre lembramos essa data.

E fico por aqui. Ontem tivemos uma overdose de Senna. Corridas, filmes, documentários... só faltou a turma do Blog do Zé Ruela dar declaração. Não tem absolutamente mais nada para se dizer. Até ano que vem.

Por falta de internet ontem, o post sai hoje, com um dia de atraso. Acho que não o mundo não vai acabar por causa disso.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

O Esquecido

Ainda é dia 30, amanhã vai começar uma chuva de homenagens ao Ayrton. Algumas merecidas, outras melosas, outras simplesmente sensacionais. Mas poucos aqui no Brasil se lembraram que no dia anterior, a F1 já havia sofrido um tremendo baque.


30 de abril de 1994. Eu também me lembro daquele dia. Fui pro colégio p. da vida, porque tinha que fazer simulado de vestibular. E, claro, eu queria ver a classificação do GP de San Marino na TV. Naquela época, meu caro Henrique, as corridas de F1 eram escassas, e só tinhamos a transmissão das classificações e as corridas para assistir. 32 oportunidades de ver F1 ao vivo no ano, muito diferente das 95 chances que se tem hoje. Minha irmã foi me buscar no colégio pouco antes do meio-dia, e eu, claro, doido pra saber o resultado, perguntei logo que entrei no carro:

- E aí, quem fez a pole?
- Senna, mas morreu um cara...
- Como assim?
- Um cara bateu, e acabou  morrendo, tá uma baita confusão.
- Quem?
- Um austríaco, não sei o nome...
- BERGER?
- Não, esse eu conheço!!! Outro...
- Putz, então foi o Ratzemberger, da Simtek.
- Esse mesmo.

Que m. Naquela época, eu tinha o péssimo hábito de invadir os boxes durante o GP Brasil, que em 94, era abertura do campeonato. E depois dos treinos de sexta, como de praxe, pulei a cerca do setor G, e fui subindo em direção ao paddock. Não havia visita ao pit lane naqueles tempos, mas mesmo assim eu sabia que de vez em quando os fiscais corriam os boxes peneirando os intrusos. Eles sempre começavam no box 1 e iam descendo até o 23, empurrando o pessoal para a passarela sobre o S do Senna. A receita era tirar fotos dos carros de ponta, e ir fugindo dessa peneira, até chegar no box da Minardi. Chegando lá, na cara de pau, era pedir para atravessar até o paddock (eles sempre ajudavam, até me esconderam uma vez) e assim a frente de fiscais passava por mim. Pronto, era só voltar pro começo do pit lane, e esperar uma outra onda de fiscais.

Mas num desses dribles, acabei caindo atrás dos boxes da Simtek. E lá estava Roland dando entrevistas, feliz da vida. Meu inglês era muito fraco, mas deu pra entender algumas coisas: que apesar de ter ido mal no treino, ele estava feliz da vida, que o seu objetivo era simplesmente guiar um F1 num Grande Prêmio. E que ele estava muito próximo de realizar o sonho. E, apesar do meu inglês, deu pra entender que ele tinha se esforçado muito para chegar lá, tinha vendido tudo, inclusive o carro, para conseguir verba para disputar a F3000, e conseguir dar o salto pra F1. A excelente entrevista da revista Warm Up nos leva a entender que as coisas foram um pouco menos difíceis, mas o esforço para chegar na F1 foi real, e foi muito duro.

Em 1994, as máquinas fotográficas eram com filmes de rolo. E as minhas fotos estavam acabando. Por isso, não tirei foto dele. Mas o que ficou foi um autógrafo num caderninho, e a lembrança de um cara que estava feliz simplesmente por estar lá. Ele sabia que não seria campeão do mundo. Sabia que não venceria provas, não iria marcar a melhor volta, talvez marcasse algum ponto. Mas isso não interessava, ele estava feliz por andar (ou se arrastar) num F1, e a sua alegria era contagiante.

Mesmo andando no fundo do pelotão, simpatizei com o cara, e com a equipe vira-lata que tinha patrocínio da MTV. Pena que foi por apenas algumas semanas.

As investigações que se seguiram após o acidente, foram um pouco abafadas porque o interesse maior era saber o que havia acontecido no Williams número 2. O Team Principal da Simtek era o Nick Wirth. Ele já havia se envolvido no projeto fracassado da Andrea Moda, e as fofocas da época diziam que o carro da Simtek não havia sido aprovado no crash test da FIA. O time só passou na inspeção porque Wirth era um apadrinhado de alguém na Federação. Consipirações à parte, Nick ainda trabalhou na Benetton, passou um tempo sumido e voltou no projeto da Virgin, naquele carro que foi desenvolvido 100% nas simulações de computador. Como sabemos, ele não teve muito sucesso, mas ainda mantém sua empresa, forte na parte de simuladores.



Esse aqui é o carro de 1995, mas é o modelo que eu tenho de papel de um Simtek. 
Sim, isso é de papel.

A investigação concluiu que a causa provável foi a rodada na curva Tosa, na volta anterior, que rachou um suporte da asa dianteira. Quando essa asa foi submetida a alta carga, no final da enorme reta curva de Ímola, quebrou. Ratzemberger bateu no muro a 300 km/h, e morreu imediatamente.

O curioso daquele final de semana é que Senna foi um dos que mais se preocuparam com a morte dele (existe aquela história da bandeira da Áustria no bolso do macacão). E foi justamente Ayrton quem tornou a morte do Roland um fato não tão lembrado no automobilismo. Mas eu, pelo menos, lembro bastante do dia 30, porque aquele cara me lembra que dedicação e trabalho, fazendo as coisas com alegria, dão resultado.