domingo, 30 de junho de 2013

Silverstone 2013

Duvido que os posts deste blog cheguem ao conhecimento de Sebastian Vettel. Mas se chegam, acho que o alemãozinho está bravo comigo. Joguei uma uruca feia pra cima dele. E como diz o velho ditado, quem ri por último é que ri melhor.


Quem não tem motivo nenhum pra rir é a turma da Pirelli. Talvez apareçam dados estatísticos oficiais, mas chutaria que quebraram o recorde de pneu dechapados por volta completada. Foram 3 em 15 voltas. No final da prova ainda teve o caso do Perez. Ficou feio e ficou perigoso. Além da perda de controle do carro, pode machucar quem vem atrás. Alonso que o diga, quase levou uma banda de rodagem na cabeça no caso do Perez.

Por conta dos problemas de pneu, tivemos uma corrida bem animada. Rosberg levou meio que sem querer, lembrou as corridas dos anos 80 quando quebrava muito carro. Alonso é um highlander, ressurge no campeonato. Realmente ele não fez e não faria milagre com esse carro, mas bastou a corrida virar um banzé para ele tirar proveito. E Vettel perdeu a grande chance de disparar no campeonato. Sorte a nossa.

Leo... esse final de semana tá pedindo a volta do "Scarry Schumi"...

sábado, 29 de junho de 2013

Rindo a toa....


Vettel devia estar assim depois do treino classificatório em Silverstone. Rindo à toa. A Ferrari vai perdendo terreno e Alonso sai apenas em nono. Pela diferença dos tempos no Q3, duvido que ele chegue perto do pódio amanhã. Raikkonen que está em terceiro no campeonato também ficou para trás. A turma da Mercedes é a única que pode fazer frente à Red Bull amanhã, mas ninguém acredita que os pneus aguentem. Em condições normais, Vettel aumenta (e muito) sua liderança no campeonato neste domingo.

Se o tal azar que Alonso vive pregando não passar logo nos boxes da Red Bull, o campeonato caminha a passos largos para acabar bem antes do Brasil.

Tá de brincadeira....

Quinta-feira, treino livre da MotoGP em Assen, Holanda. Jorge Lorenzo tomou um baita tombo e quebrou a clavícula. Como diz seu colega de equipe Valentino Rossi, uma lesão que na melhor das hipóteses poderia afastá-lo por uma corrida, retornando em Sachsenring.



Sábado, largada da prova. Lorenzo está no grid com uma placa e oito parafusos segurando sua clavícula no lugar. Viajou para Barcelona na quinta a noite quando já foi operado. Voltou literalmente voando e foi pra luta. Chegou em quinto lugar. Fico imaginando o quanto isso foi um absurdo. O simples fato dele estar fora do hospital menos de 24 horas após a cirurgia me parece sem noção. Correr então, nem se fala. Ele foi examinado pelos médicos da MotoGP que após muitos exames liberaram a participação dele. Só fiquei pensando... e se ele cai de novo?

Mas a prova não foi marcante apenas por isso. A vitória foi do mito Valentino Rossi, que subiu ao topo do pódio depois de 4 anos. Vai a última volta com o Galvão Bueno italiano. Não dá para entender nada, mas dá para entender tudo... Parla Galvone!


domingo, 23 de junho de 2013

Tom Kristensen, o dono de Le Mans

E deu a lógica. O carro #2 da Audi, liderado pelo dinamarques Tom Kristensen, levou a trágica edição 2013 das 24 horas de Le Mans. Allan McNish e Loic Duval completaram o time de levou Kristensen ao seu nono triunfo nesta prova incrível, é o maior vencedor.

Ontem quando coloquei o post sobre a prova, peguei as informações direto no Live Timing do evento e não percebi que logo no início da prova houve um acidente com outro dinamarquês, Allan Simonsen. Três horas após a batida, ele foi declarado morto. Ou seja, as últimas 20 horas de prova foram realizadas sob luto. Não consegui formar opinião, seguir o show ou interromper a corrida. Pelo que lembro, corridas sob a batuta da FIA devem ser canceladas em caso de falecimento na pista. De qualquer forma, optaram por seguir o show e assim foi.

Acompanhei as duas horas finais. Uma coisa linda. Carros lindos, um circuito lindo. E veio a chuva, safety car, muita coisa perto do final, quando a turma deve estar rezando para acabar.

A Audi cravou primeiro, terceiro e quinto. Em segundo e quarto os carros da Toyota. Eles desembarcam em São Paulo no dia 01 de Setembro. Vale a pena!!

Di Grassi estava na equipe que chegou em terceiro e levou um troféu para casa. Senninha teve menos sorte, estava na briga pela vitória mas seu companheiro enfiou o carro no guard-rail e não completou a prova.

24 HEURES DU MANS - 90 ANOS


Esse carro é lindo!

A chegada é daqui 9 horas e 20 minutos. A SporTV transmite a última hora de corrida.

Por enquanto, temos a Audi (2), Toyota (8), Toyota (7) e Audi (3) na liderança com 213, 212, 212 e 211 voltas respectivamente. O Audi (3) é o carro do Lucas Di Grassi.

Bruno Senna está pilotando nesse momento, em segundo lugar na sua categoria. Está na mesma volta do líder.

Acabou em pizza!

Sexta-feira saiu o veredito do julgamento da FIA sobre o caso "teste secreto da Mercedes e Pirelli no circuito de Barcelona".

Depois de tanto alarde e palavra de ordem, a Mercedes sofreu apenas uma reprimenda e perdeu o direito de participar dos testes com novos pilotos previsto para julho no circuito de Silverstone. Uma pena bastante interessante porque foi sugerida pelo próprio advogado da Mercedes. Incrível não?

Incrível é como as coisas são parecidas onde existe muito poder, dinheiro e rabo preso. A Mercedes claramente quebrou as regras e foi beneficiada. Pode ser oportunismo dizer que a vitória de Rosberg em Monaco dias depois de se arrastarem em Barcelona foi devido aos 1.000 Km rodados entre as duas corridas. Mas com certeza isso não prejudicou em nada os alemães. E que equipe não gostaria de rodar o equivalente a três corridas enquanto o resto da turma estava em casa?

Ross Brawn sabia que não podia mas assumiu o risco. Com uma atitude arrogante, assumiu o ato com uma tranquilidade que já mostrava o caminho que a coisa ia. No julgamento se defenderam dizendo que houve uma consulta à Charlie Whiting e que este teria respondido informalmente que não via problema no teste, desde que as outras pudessem fazer o mesmo. Nada por escrito, nada oficial. Nada que a Mercedes pudesse apresentar para livrar sua cara. Mesmo assim, burlando as regras na cara de todo mundo, não receberam nenhuma punição que signifique alguma coisa. Belo exemplo para que os demais sigam as regras. Impunidade à flor da pele. Dá pra pensar em alguma coisa que não seja uma grande pizza?

Se isso fosse algo importante e que mudasse nossas vidas, os Zé Ruelas deveriam sair nas ruas lutando por uma FIA mais técnica e menos política. Mas esse assunto não merece mais do que os minutos que gastei escrevendo esse post. E não acho que mereça mais do que o tempo gasto com a leitura. A decisão cheira um acordão daqueles, uma enorme pizza que tem inclusive as revoltadas Ferrari e Red Bull como ingredientes. Ninguém está imune, todos tem seus segredos e suas falcatruas. Não interessa punir de forma exemplar porque isso mancharia ainda mais o nome da FIA e seu rentável campeonato. Tá na cara que a Mercedes voltaria com evidências que afetariam outras equipes, sujeira para todo lado. E pra que? A conclusão é a de sempre. É assim que funciona. Ou aceita ou muda de canal.

sábado, 15 de junho de 2013

Voltei!!


Pois é, faz tempo. Quanto, um ano? Talvez um pouco menos, um pouco mais, mas faz um bom tempo. Como vocês sabem, a minha mudança profissional me tirou completamente dessa coisa de automobilismo. E ter que aprender uma nova profissão não é fácil, ainda mas pra quem está velho, e não é lá essas coisas em termos de inteligência...

Macaco velho não aprende truque novo, mas truque antigo ele ainda sabe executar. Por isso gentilmente me convidaram para ser (novamente) comissário. Brasileiro de Rally Cross Country, Sertões inclusive. Aceitei, porque é um jeito de matar a saudade dos amigos, e tentar retribuir tudo de bom que o esporte me deu.

As coisas não vão bem no automobilismo brasileiro, como bem descreveu o Rafa. Ainda mais com Copa e Olimpíada. Vai sobrar pouco pros outros esportes, menos ainda pras corridas. Mas pelo menos vou tentar ajudar a melhorar as coisas.

Isso é uma coisa legal deste blog. Além de discutir o que está errado, ainda estamos fazendo alguma coisa. Eu vou tentar passar pra vocês um pouco do que acontece nos bastidores, explicando um pouco porque as coisas chegaram assim, e convocando os leitores deste blog a fazerem o mesmo: ao invés só de reclamar, que ajudem a melhorar.

E tem já algumas histórias de meca, vários posts do Telecurso Zé Ruela, mas como sempre, estão em último na minha lista de prioridades, Lamento, mas vocês vão ter que esperar...

domingo, 9 de junho de 2013

e quando...

E quando, num dia como o de hoje, quando a globo fez o que fez, e o SporTv nem consegue publicar a porra do horario do VT direito no site?
E pra zoar de vez comigo, no horario que indicaram o VT d F1 ta passando VT de Brasil X Franca!!!
Tem alguem com senso de humor duentio por la! Vai tomar no meio do olho do piolho do topete do Neymar...



domingo, 2 de junho de 2013

A triste tendência do automobilismo brasileiro

Enquanto assistia a etapa de Brasilia da Stock Car hoje cedo comecei a levantar alguns dados para projetar o que será do automobilismo brasileiro em 2018. Para olhar cinco anos a frente, olhei cinco anos para trás (2009). A conclusão é dramática:

- Na F-1 tinhamos 3 brasileiros no grid - Barrichello, Massa e Nelsinho - em 2013 apenas 1, Massa (32 anos). Barrichello se diverte na Stock e Nelsinho tenta reconstruir a carreira na Nascar.

- Na GP2 tinhamos 4 brasileiros: Alberto Valério, Diego Nunes, Razia e Di Grassi - em 2013 apenas Felipe Nasr. Razia chegou na F-1 mas nem correu. Se enrolou com patrocinadores e já virou repórter da Globo. Di Grassi partiu para o WEC, mesmo destino de Bruno Senna. Diego Nunes está na Stock e deu uma bela pancada hoje. Alberto Valerio passou pela Stock e não sei o paradeiro.

- Na F-Indy tinhamos 5 brasileiros: Helinho, Tony, Raphael Matos, Mario Moraes e Vitor Meira - em 2013 apenas 3, Helinho (38 anos), Tony (38 anos) e Bia Figueiredo, sendo que como escrito no post anterior, sabesse lá quantas vezes ainda vai pilotar esse ano.

- Na Indy Lights tinhamos 4 brasileiros: Bia Figueiredo, Mario Romancini, Rodrigo Barbosa e Felipe Guimarães - em 2013 apenas Victor Carbone. Felipe Guimarães foi encontrado na F3 Inglesa. O mesmo Felipe Guimarães corre contra APENAS 5 carros na F3 Brasil. Dos outros não achei o paradeiro.

- Na Formula 3 Inglesa tinhamos 4 brasileiros: Adriano Buzaid, Gabriel Dias, Victor Correa e Pedro Enrique - em 2013 apenas Felipe Guimarães. Não ouço o nome de nenhum deles como pretendentes à F-1 e Indy.

- Não identifico o nome de nenhum dos 10 primeiros colocados da Formula 3 Sulamericana de 2009 correndo em alguma categoria importante - eram 19 pilotos, sendo 18 brasileiros. O site atual da F3 Sudam não abre. Pelo wikipedia descobri que em 2013 são 14 pilotos, sendo 12 basileiros.

- Felipe Nasr venceu a Formula BMW Europeia em 2009. Não temos pilotos brasileiros por lá em 2013.

- A situação dos autódromos só piora. Perdemos Jacarepagua. Os demais circuitos que aparecem na TV em transmissões da Stock Car ou Formula Truck continuam iguais, caindo aos pedaços, podres, amadores. Nesse final de semana em Brasília as novas zebras desmancharam. Tampas de bueiros soltos pularam para fora com a passagem dos carros.

- A pista (e não o autódromo) de Interlagos é o único que se salva obviamente pelas exigências de Bernie Ecclestone.

A conclusão triste é que em 2018 o sucateamento do nosso automobilismo será mais evidente do que nunca. A geração atual de pilotos brasileiros na Indy e F-1 não estará mais correndo - imagino que a turma de hoje não chegue além de 2014 ou 2015 por causa da idade e falta de oportunidades. E a safra de reposição não veio. A peneira para alguém chegar na F-1 ou Indy é fina demais, se um país não tem volume de criação em sua base, a probabilidade é cada vez menor. E a base é responsabilidade total da CBA que faz um trabalho degenerativo do esporte com grande eficiência. Cleyton Pinteiro será lembrado como o presidente em exercício no ano em que o Brasil ficou sem pilotos nas principais categorias do mundo.

Outra indignação vem da passividade dos nossos pilotos. Hoje na Stock Car correm pilotos que passaram pela F-1 como Barrichello, Zonta, Pizzonia, Burti, Tarso Marques e outros nomes já consagrados na categoria como Cacá Bueno, Thiago Camilo, Ricardo Mauricio, etc. Meu Deus, esses caras tinham que lutar mais, forçar a profissionalização das coisas, cobrar mais, se negar a correr em situações como que aconteceram em Brasília. Essa turma poderia fazer algo diferente se atuassem unidos em prol do esporte, das categorias de onde todos eles vieram. O triste é que parecem contaminados pelo sistema também. Ou seja, vai de mal a pior.

Mas ainda pode piorar! A Globo luta contra a perda de audiência nas corridas há anos. Será que a coisa sobrevive sem brasileiros no grid? Sem apoio da Globo, será que Interlagos sobrevive? Na Bandeirantes nem Kanaan vencendo a prova mais importante do ano foi motivo para atrasarem em 5 minutos a transmissão do futebol (e o jogo era da PONTE!!). Será que a coisa sobrevive sem brasileiros no grid? Sem apoio da Bandeirantes, será que a Itaipava Indy 300 sobrevive?

Pois é, essa é a conclusão que eu chego, não por ser pessimista, mas por não haver nada que aponte para uma tendência diferente. O automobilismo brasileiros caminha a passos largos para viver apenas do seu passado, esperando o dia que alguma mosca branca apareça e salve o esporte. É muito provável que em 2018 não teremos mais pilotos na Indy, na F-1 e o Brasil não terá mais as corridas da F-1 e Indy. Se até lá alguém ainda gostar desses esportes, é bom se preparar para uma nova realidade.

Mais do mesmo

Estava olhando uma notícia de ontem que fez a festa dos blogs e sites: a vitória do inglês Mike Conway na primeira prova da Indy em Detroit - no final da tarde de domingo tem a segunda corrida.

Não vi a corrida e não sei se ele fez algo excepcional. O interessante foi que ele disputou a primeira prova dele este ano pela equipe Dale Coyne, considerada uma das mais fracas do grid. Até ai nada de sobrenatural porque o conceito refletido no regulamento da F-Indy permite com certa frequência que alguém com um carro inferior possa conseguir bons resultados sem ser através de milagres de pilotagem.

O estardalhaço vem pelo fato de que Mike Conway substituiu Ana Beatriz Figueiredo. Sentou no carro que ela estava andando até semana passada com resultados pouco expressivos e venceu logo de primeira. Pronto, já começa a palhaçada. Por um lado, a imprensa geral e o povo que não entende nada de corrida está malhando a menina. Só se fala que ficou nítido como ela é ruim, que não tem condições de estar ali e só corre porque é um rostinho bonito. Por outro lado, o protecionismo tupiniquim de quem tem algo a perder porque não coloca o foco no esporte e sim nos atletas brasileiros. Segundo o Victor Martins escreveu em seu blog, a TV Bandeirantes simplesmente omitiu que um dia existiu Bia Figueiredo na Indy, ainda mais naquele carro. Ela mesmo, que na semana anterior chegou em décimo quinto nas 500 milhas de Indianápolis, na mesma volta do líder à frente do Will Power, três vezes vice campeão da categoria.

É mais um exemplo do que escrevi alguns posts atrás. A imprensa brasileira é irritante na cobertura jornalística dos esportes a motor. É oito ou oitenta. Ou é herói, ou é vilão. Cada vez mais desaparece a cobertura esportiva dos eventos. Uma vitória de Alex Tagliani por exemplo não geraria nem uma notinha porque isso não cria drama e polêmica. Agora um situação que pode expor o ser humano à comparação e críticas, ai sim.

Não estou defendendo a Bia, ela tem seus méritos de chegar onde chegou e pronto. É mais um piloto que chegou lá e não conseguiu se firmar, seja por falta de oportunidade, competência e até mesmo um pouco de sorte. Se eu acho que a Bia ganharia a prova de ontem se estivesse no lugar dele? Também não acho como a maioria das pessoas, mas isso não faz a menina ser essa enganação que pregam. E  Conway também não é um super piloto, não fez milagre ontem. Foi um dia bom, que pode nunca mais se repetir. O herói da semana passada, TK, chegou apenas em décimo terceiro. Que coisa né, como esse baiano ficou ruim de uma semana para outra...

Mas é o prato cheio que os aproveitadores precisam para gerar notícia. Estou em campanha por um jornalismo mais sério sobre automobilismo: fatos, acima de tudo, trazidos por quem entende do assunto, por quem se importa com o esporte e não por vender notícias dramáticas.

Parece o Grosjean, mas é o Conway

Só falta esse Conway ganhar a corrida do domingo... rs