terça-feira, 27 de março de 2012

Rápidas do fim de semana

Uma pequena overdose de corridas no final de semana, e rapidinho as minhas notas curtas, nem tão curtas assim, só para não deixar o blog desatualizado de corridas:

- Ficar de madrugada esperando a chuva passar pra reiniciar corrida. Isso me irrita. Me faz lembrar porque fiz aquele post do Peaky cars, de madrugada. O que me deixa mais chateado é que os caras colocam o safety car  com uma certa quantidade de chuva, interrompem quando a chuva aumenta, e esperam a chuva ficar muito menor do que quando largaram pra reiniciar a prova. Segurança é bom, mas como dizia o saudoso Chico Landi: "Vocês vieram aqui pra correr ou pra bater?" Já havia condição segura de corrida 30 minutos antes dela ser reiniciada.

- Vettel está atrás. Um pouco atrás, mas mesmo assim ele tem as McLarens pra bater. Isso vai ser problema pra ele. Vamos ver como ele reage defendendo o título. Ele nunca foi testado tendo que correr atrás do resultado, não na F1. Agora vai ter que mostrar serviço pra voltar ao topo. Vai precisar mostrar aquilo que Barrichello não tem, e que Alonso e Schumacher tem de sobra: trazer a equipe na mão deles, puxar uma reviravolta. É um garoto, mas vai ter que provar a sua capacidade de liderança.

- Bruno bem, mas ainda assim errou no começo da prova. Se a corrida não fosse caótica, provavelmente não chegaria nos pontos. Ainda não se garantiu, pelo contrário, longe disso. Não deixem o entusiasmo da Globo contagiar ninguém. Andou muito, mas foi beneficiado pela circunstância.

- Mesmo assim, Galvão não esperneou com os primeiros pontos de um Senna na Williams. Tomou um relaxante, estava com sono, ou tomou uma bronca da Globo?

- GP da Argentina? Esquece. Não vai acontecer, mais um factóide da Cristina Kirchner. Mas depois do resultado do Perez, se ele continuar nesse embalo, em breve, muito breve, vamos ter um GP do México by Carlos Televisa Slim. É só esperar. Tomara que seja no Hermanos Rodriguez, com a peraltada inteira, sem aquela mutilação que passa dentro do campo de beisebol. Nossa, quem não sabe pensa que é uma pista de videogame. Mas não, remendaram o circuito passando pelo meio do campo, mesmo.

- Button teve o seu dia de barbeiro. Culpou o pneu, ok, acreditei, sim. Tá com crédito, mas a corrida era dele, ainda mais no caos. Perdeu uma chance enorme de abrir um caminhão de pontos pro Hamilton, e derrubá-lo psicologicamente. Errou, vai ter que remar.

- Remar, não é bem o que Massa precisa. Tem que remar, e rezar. O que está errado? Trocar o carro foi mesmo um ultimato da Ferrari. Todo mundo já falou que o problema não é chegar atrás, é chegar atrás com o seu companheiro ganhando. Ver o Nicolas Todt ao lado dele dá um certo conforto. Talvez fique até o final do ano.

- E o pior: Sepang tem duas retas. A que traz para os boxes, um hairpin, e a reta dos boxes, onde está o DRS. Se não tinha pneu pra tracionar na reta, porque Felipe insistiu para defender posição na reta anterior? Assim, os adversários entravam atrás dele, acionavam o DRS, e iam embora. Não era melhor deixar passar, entrar na reta atrás e acionar o DRS da sua Ferrari? Falar sentado na poltrona, de frente pra TV, é muito mais fácil do que pilotando aquela draga. Mas foram 4 ultrapassagens idênticas em menos de 10 voltas. Ele nem deu combate.Poderia ter tentado isso, para pelo menos mostrar alguma vontade. O que mais me preocupa com o futuro dele é esse, é a apatia. E ser ultrapassado como uma galinha morta é pior, os adversários perderam o respeito. Vai muito mal, o Felipe Massa.

- E Alonso? Me lembra Senna em 93. Carro ruim, piloto fazendo milagre. Fernando é sujo, mau caráter, assim como Schumacher, e faz Hamilton parecer um santo. É ruim dizer, mas parece que é isso que os pilotos precisam ter pra vencer, além do talento. E Alonso tem talento pra caramba, provou isso domingo.

- Provavelmente ninguém mais aqui viu, mas eu vi: a Stock Car Brasil está virando corrida de novo. Sem descartes, sem play-off, sem reabastecimento. Tem um par de coisas bizarras no push to pass, mas o esporte está de volta. Parabéns a Vicar, vou voltar a acompanhar a temporada.

- Por ter virado corrida de novo, deu Cacá com sobra. A corrida foi chata. Quase cochilei no meio. Mas foi uma corrida de carros, o melhor conjunto venceu com sobras, de maneira monótona, até. Estava com saudade de ver isso, uma corrida de verdade.

- São Petersburgo, na Indy. Toda a expectativa pro Barrichello. Parece que deu tela azul no Rubinho. Será que Penske e Ganassi esconderam o jogo na pré temporada? Ou reagiram a tempo? sei lá. Mas o fato é que Rubens tem talento de sobra pra andar na frente.

- Peguei só o final da corrida nos EUA, e pra mim, pelo menos nas últimas 60 voltas foi uma corrida de verdade. Helinho ganhou, e roubou a cena. Parabéns pra ele, espero que volte a sua melhor forma. Mas ainda torço mais pro Tony. A revolução que ele fez na KV ano passado é coisa digna de campeão.

- Pode parecer besteira, mas reparem nas tomadas onboard dos indy. O giro demora mais pra subir, porque precisa "encher" o turbo. Lembra os carros turbodiesel em que andei no passado. Guardando as devidas proporções.

- Vitória da Poli no Baja. Parabéns para eles! E parabéns para todas as equipes, que bem ou mal, foram a Piracicaba. Todos venceram, se aprenderam alguma coisa ao invés de disputar uma corrida de carro. Baja não é corrida, é competição estudantil. Se não alguém não aprendeu isso ainda, talvez seja a hora de repensar a sua participação no evento. A Poli é uma das que aprendeu, há alguns anos atrás, e está colhendo agora. Que todas as equipes que realmente levam a competição a sério algum dia consigam o seu troféu.



- Vou desaparecer por mais 2 semanas, depois volto com alguma besteira antes do GP da China.

Pneu Parte 2 – DIAGNÓSTICO RÁPIDO


Continuando do post anterior, vamos falar de análises rápidas e fáceis da temperatura do pneu. Lembrando, o procedimento para leitura das temperaturas e pressões é muito importante, e não deve ser mudado de forma alguma.

Muito bem, o carro foi pra pista e voltou com as seguintes leituras de temperatura:



Como dá pra ver, a temperatura das partes mais externas da banda do pneu estão mais altas. Metade do problema está no próprio desenho: a pressão do pneu está baixa. Isso faz com que o pneu tenha a forma do desenho (exagerei, é claro). A maior parte do peso fica então na parte externa, que deforma mais e esquenta mais. E pior, a deformação do pneu sem pressão durante a curva deforma ainda mais a parede do lado externo da curva, que apóia mais, e esquenta ainda mais a região. Andar assim nunca é uma boa, somente em rally, para algumas situações específicas de areia ou atoleiro. Mas mesmo assim, tão logo você saiu do enrosco, volte a pressão ao normal, porque o risco de detalonamento é grande.

Mas estamos falando de asfalto, aqui. Se você entendeu o que aconteceu na figura acima, a de baixo vai ser fácil:

O centro da banda de rodagem muito mais quente que as bordas, provavelmente o piloto vai voltar da pista dizendo que o carro está muito duro, pula como um cabrito, sai de frente e de traseira (supondo todos os pneus com temperaturas assim). Pressão demais. Poxa, mas eu coloquei a pressão certa, igual a do último teste. O pneu é o mesmo composto, do mesmo lote. A temperatura da pista é a mesma, porque isso?

Tem um monte de respostas pra essa pergunta. Mas uma das mais prováveis está no vapor de água dentro do pneu. O estrago que uma gota de água pode causar no seu teste de pneu é uma coisa impressionante. Se o seu compressor de ar não estiver com a manutenção em dia, e a unidade desumidificadora do ar não estiver funcionando, esquece. Vai fazer 40 sessões de teste e o resultado em tempo e temperatura serão diferentes em todos eles.

A pressão e o controle do ar que está lá dentro é muito importante. Se você não estiver usando manta térmica, pior ainda. Pelo menos a manta ajuda a minimizar o problema, mas ainda não é o ideal. Falei, mas não expliquei o que acontece; o vapor de água, por pouco que seja, ao se aquecer, expande e provoca um pequeno aumento na pressão. No carro de rua, as pressões são outras, a temperatura de trabalho do pneu é menor, as cargas envolvidas são menores, e a estrutura do pneu e das buchas de suspensão são desenhadas para absorver as diferenças de pressão. Mas num carro de corrida de asfalto, não.

Por isso, a frescura pela pressão do ar tem todo o sentido. Um pneu que ganha mais pressão (e rigidez) depois de algumas voltas detona a percepção do piloto. O curioso é que na maioria das equipes de competição, os novatos são responsáveis por cuidar das rodas e pneus. Como são novatos, acabam fazendo errado o serviço, e sempre vai aquela roda úmida pra montagem no pneu...

Continuando no nosso teste de pista. Agora, um exemplo de cambagem negativa:



Conforme mostrado no desenho, como o pneu apóia mais na banda interna do carro, a pressão na borracha é maior ali. Maior temperatura na região, portanto. Isso é bom? Depende. Se o seu projeto de suspensão for desenhado para isso, tudo bem. Verifiquem nos Millikens e Reimpells da vida. 

Mas uma coisa a mais, também explicada na literatura: Andar com esta configuração desgasta mais os pneus. Conclusão meio óbvia, mais pressão na borracha, maior temperatura, a borracha fica mais mole, esquenta mais, fica mais mole, vai gastando, e por aí vai. No carro de rua o mecanismo é mais ou menos parecido, por isso pneus murchos levam a desgaste maior no lado de fora da banda de rodagem, e excessivamente cheios desgastam o centro. Crianças, não façam isso com seus carros de rua: os seus pneus e suspensão foram desenhados para trabalhar em uma faixa específica de pressão. Mudar isso significa mudar as suas condições de segurança!

E, pra acabar, a lição de casa. O seu carro foi pra pista e voltou assim:


A cambagem é de projeto, e não, não está com pneu com pressão menor que o indicado. O tempo não veio, cerca de meio segundo mais lento. O piloto reclama que sente o carro mole na entrada de curva, depois fica meio solto, instável até a saída. O que pode estar errado? O carro é de turismo, de uma spec series, não é um fórmula, não. O que está errado?

sábado, 24 de março de 2012

Razia leva a primeira da GP2

No ano passado Luiz Razia era piloto reserva do Team Lotus (Caterham) e piloto da equipe Caterham Air Asia de GP2, morava em Norwich e acabei tendo um pouco de contato quando ele começou a jogar futebol conosco.

Ele teve um final de ano difícil de negociações sobre o futuro, acabou saindo da equipe e assinou com a Arden (equipe do Christian Horner) e mudou para Milton Keynes. Hoje foi a primeira corrida da GP2 na temporada, Razia largou na segunda posição, ultrapassou Valsecchi na largada e venceu a prova de forma dominadora.

Fiquei muito feliz de ver a sua volta por cima, o ambiente e a concorrência que ele enfrenta neste nível é muito pesada e essa vitória foi muito legal. Muito sucesso para o futuro!



Ps: ótima corrida do Felipe Nars que estreou na GP2 com uma excelente 6a colocação! Ainda há esperança para o futuro do Brasil na F1!

Pneu Parte 1 – INTRODUÇÃO E MÉTODOS DE MEDIÇÃO

ATENÇÃO: Pneu não é uma coisa simples. Pneu de competição é mais complicado ainda. Existem muitas teorias para tentar explicar como funciona o pneu, e como modelar o sistema. Eu não vou entrar em nenhuma teoria. É uma abordagem totalmente prática, que pode não funcionar para todos os casos. E os especialistas de suspensão deste blog, se quiserem fazer alguma correção ou esclarecimento, por favor, me ajudem.


Há mais de ano estou devendo esta série de posts. As imagens estão prontas faz um ano, mas escrever é que é o problema. E agora, já tem tanto tempo que não mexo com isso, que pode acontecer de eu esquecer alguma coisa chave pra vocês entenderem. Perguntem. Mas o objetivo aqui é vocês pegarem o jeito da coisa, para ajudar a entender como funcionam as corridas de F1 com esses pneus diferentes. Vou jogar tudo pro alto, não vai fazer tanto sentido, mas no final eu amarro tudo. E no meio disso vou colocar mais informações interessantes de corrida.


Bão, por onde começar? Pelo jeito mais prático de você saber o que está acontecendo no pneu: lendo as temperaturas da banda de rodagem. O pneu, sabemos, é feito de borracha, que ao girar, sofre carga de compressão quando está em contato com o chão. Fora isso, nas curvas, sofre com o cisalhamento. Os 4 leitores do blog sabem o que quero dizer, então essa nem tem desenho. Mas o fato é que a borracha absorve um pouco da energia usada na sua compressão. Essa energia absorvida, vira calor.
Hum, pronto. Agora já dá pra colocar uma figurinha:


Este aqui é o pneu padrão, que vou usar para explicar tudo daqui pra frente. Neste caso, o pneu é novo, e está parado. A temperatura vou indicar pelos triângulos, e pra simplificar, a tomada de temperatura vai só em 3 pontos: nas laterais da banda de rodagem, e no seu centro. Beleza? Muito fácil até aqui? Então vamos colocar esse pneu pra rodar:

Este aqui é o mundo ideal. O pneu volta pro box e a leitura de temperatura está igual em toda banda de rodagem (pra ajudar, o mesmo tamanho de triângulos).  Significa que a pressão está boa, carro alinhado, tudo certinho.

Antes de ir para os próximos passos, um pouco de método de medição. É o seguinte, o piloto vai pra pista, aquece o pneu, dá as voltas rápidas (ou simula corrida), pega as suas impressões e volta pro box. Mas não tira o pé quando cruza a linha de chegada e vem se arrastando na volta de desaceleração. Não, ele vem num ritmo forte, mas sem forçar, pra não errar e rodar. Rodar na volta de retorno ao box, claro, detona todas estas voltas do teste. Então o cara volta rápido, mas andando na pista limpa, e para no box. Imediatamente o cara da temperatura do pneu entra em ação.

A medição da temperatura do pneu assim que ele chega no box é tão crítica que tem que ser feita seguindo um padrão. Você escolhe o padrão: lado interno, centro, externo. E a ordem dos pneus também não pode mudar. Começou medindo dianteiro direito, e terminou com o traseiro direito, vai assim até o fim. Cada segundo perdido a temperatura cai e você perde informação valiosa.

Então, são necessárias 12 medidas que precisam ser tiradas o mais rápido possível. Melhor se tiver 2 caras pra fazer o serviço: um faz a leitura, outro anota.  Se tiver um terceiro cara, melhor ainda: ele vai fazer a leitura das pressões do pneu, outro item fundamental para o acerto do carro. Se tiver só 2, meça a temperatura, depois volte na mesma ordem dos pneus medindo a pressão. Agora, são 16 medidas que precisam ser tiradas em no máximo 1 minuto depois que o carro parou.

Pô, mas nunca vi ninguém medindo temperatura de pneu em lugar nenhum. Nem na F1. Certo, mas na F1 os sensores já estão lá, medindo as temperaturas em tempo real. Olha só onde os sensores dos pneus traseiros ficam:

Foto: divulgação CaterhamF1.com

E nas outras categorias? Nunca vi no Brasil alguém fazer isso. Pois é... Qualquer equipe séria deveria fazer. Mas ás vezes não dá, ou porque não tem gente pra isso, ou porque pneu é coisa exclusiva do fornecedor, ou porque não sabe, mesmo. Mas olha só uma gambiarra bem feita e super funcional:


Isso aqui é num FSAE, foto tirada em Silverstone/2011. Não passou de primeira na inspeção, precisaram melhorar a coisa, mas depois serviu para os propósitos, e fizeram a leitura da temperatura durante o enduro.

A pressão do pneu é crítica, também, mas sobre ela eu falo nos próximos posts da série.  E o próximo vai ser mais ou menos sobre isso, como a pressão influencia as temperaturas. Tá escrito, com figuras, mas só depois coloco. Agora é hora de GP da Malásia!

quinta-feira, 22 de março de 2012

Asa Traseira da Mercedes e o F-Duct

A novidade polêmica deste ano é a asa traseira da Mercedes e o, agora já confirmado, F-Duct. A primeira versão do F-Duct foi desenvolvido pela McLaren em 2010 com o objetivo de estolar a asa traseira para reduzir o arrasto nas retas. Este conceito se baseia em uma válvula fluídica em que uma atuação do piloto (joelho, mão, etc) fecha um duto, o que altera a pressão no sistema e altera a direção do escoamento interno de um duto para outro. Naquele caso o escoamento era alterado em direção à asa traseira.
A versão do conceito com atuação pelo piloto foi proibida e este ano a Mercedes apareceu com o mesmo conceito porém dependendo da abertura do DRS para alterar o campo de pressão no sistema. A foto abaixo mostra um duto na asa traseira e este duto permanece fechado quando o flap está em sua posição original e abre quando o DRS é ativado.


O regulamento é meio nebuloso quanto a este conceito por dois motivos: (1) durante o ano passado a FIA proibiu times de usarem o movimento da suspensão para acionar um F-Duct com o argumento de que a função específica da suspensão é lidar com o movimento do carro em relação ao solo e não tem uma função aerodinâmica. Pois bem, o DRS tem o objetivo bem específico de reduzir o arrasto para facilitar ultrapassagens, então pode-se utilizá-lo para criar outros benefícios aerodinâmicos? (2) No final das contas o DRS depende do acionamento pelo piloto, então este F-Duct continua indiretamente sendo acionado pelo piloto.
Até aqui parece que a FIA vai deixar passar e isso não vai ser bom para as equipes pequenas... O motivo é porque estolar a asa traseira quando o DRS está aberto tem um efeito adicional mínimo. O que a Mercedes parece estar fazendo é usar o DRS para estolar a asa dianteira e o motivo deve ser tanto redução adicional de arrasto quanto reajustar o balanço aerodinâmico, o que em teoria permitiria os pilotos usarem o DRS durante qualificação não só em retas mas também em curvas não tão severas de alta velocidade.
O problema é que isso requer a passagem de um duto pelo chassi e um novo chassi, bico e asa dianteira são necessários. Um chassi é uma fortuna e um novo bico significa um novo crash test, o que também significa um projeto caro. Isto torna o conceito praticamente impossível para uma equipe pequena durante esta temporada... Considerando a equipe em que eu trabalho, eu pessoalmente espero que o sistema seja banido.

terça-feira, 20 de março de 2012

Scarry Shumi - alemão é mais fácil

Pra tirar Shumi do baú...


que curso de inglés fez esse engenheiro da Lotus pra enteder o que o Kimi fala!? Se na coletiva já é dificil, pelo rádio então... ou vocês também tiveram a impressão de que ele jogou uma resposta qualquer pra ver se colava?

domingo, 18 de março de 2012

Eu vi!

Fiz tudo de acordo. Como semana que vem não tem prova (eba!!) consegui assistir ao GP. Rezei a cartilha do fanático: dormi no sofá da sala pra não perder a hora, dois despertadores (só acordei no segundo), e consegui resistir ao sono a corrida inteira. Resisti, principalmente porque a corrida estava muito legal. Agora, as minhas rapidinhas:

- No começo, fiquei muito irritado por causa da entrada do Safety Car. Achava que era mais uma nascarização da direção de prova, pra agrupar o pelotão no final e tentar gerar uma emoção. Mas, depois, ao ver que o Petrov estacionou do meio pro final da reta, aí precisava, mesmo, de uma intervenção para retirada do carro. Aquele é o único ponto sério de ultrapassagem, e se ficar mais "estreito", como estava, podia dar problema. Colocar os comissários para empurrar o carro ali, também arriscado.

- Fizeram certo ao soltar o SC, mas isso mexeu no resultado da corrida. Quem perdeu foi Hamilton. Mas ele já tinha perdido muito, na curva 1 da primeira volta. Um jab a mais, pra quem já tinha levado um direto no queixo, não fez muita diferença.

- Ainda sobre o Safety Car: CT, avisa o seu piloto que parar no meio da rua não dá. Se ele encosta na grama, a corrida continuaria normalmente. Pena pras Caterhams, mas o parada de um provocou a parada do outro?

- A minha primeira impressão do Lego montado por Massa e Senna foi de que o Felipe empurrou o Bruno. Ainda não vi um replay pra ter uma opinião mais precisa. Mas os dois se apressaram em colocar panos quentes, Bruno foi novamente muito superior a imprensa criadora de polêmicas, mesmo de cabeça quente não se entregou as perguntas venenosas. Mas se a Ferrari continuar nessa draga, e Felipe resolver se atracar com Bruno como fez com Hamilton ano passado, vamos ver se essa cordialidade continua.

- Massa, aliás, fora até o final do ano. Já deu pra ver que, infelizmente, a maré não vai mudar. A minha previsão de que seria trocado por Alguersuari no GP da Espanha pode acontecer. Fica cada vez mais difícil virar o jogo, porque o carro é ruim, vão gastar todas as energias para fazê-lo menos pior para um piloto, para salvar o mínimo de honra que tiverem. Qual vai ser o piloto escolhido para salvar o time? E quem vai ficar com o papel de incompetente? Talvez por isso o carreguem até o final do ano. Pra levar toda a culpa.

- Massa já foi capaz de grandes viradas quando tudo estava acabado, espero que consiga de novo. Mas o Nicolas (Nicholas?) Todt tem outros pilotos sob seu comando prontos na GP2... Pode ser que a fila precise andar...

- Pena para Grosjean e Schumacher. Mas faz parte das corridas.

- Rubens deve estar se remoendo. Deveria ter pago para correr nessa Williams. Mas sem dinheiro, e com dois pilotos sem experiência, devem andar pra trás ao longo do ano, e vão estar tomando pau da Caterham nas provas finais!

- Maldonado (forçando tudo) x Senna (um pouco cauteloso demais). Em parênteses, declarações dos próprios pilotos. Em qual dos dois estilos Frank vai depositar suas fichas para ser o primeiro piloto? Problemão pra ele, que deve sentir saudades do Rubens, rápido e consistente. Mas sem dinheiro...

- No final da corrida, eu me perguntava: "Quem vai acabar primeiro? Os pneus do Massa, ou a voz do Galvão?" Tomara que tenha sido uma rouquidão momentânea, um pigarro na garganta, algo assim. Mas se eu sou o diretor de esportes da Globo, acendia uma luz amarela pra Copa e Olimpíada. Tomara que eu esteja supervalorizando um problema simples, nada mais.

- Button, soberbo. A cada ano melhor, merecendo pelo menos disputar o título este ano. Mas Newey não vai ficar atrás, e Vettel é Vettel. Parece que vai ser um campeonato muito interessante, com corridas disputadas e campeonato disputado!

O que já vimos e o que esperar


A qualificação para Melbourne finalmente encerrou um período de especulações sobre quem estava na frente de quem. A Mclaren acabou comprovando ser uma das potências, e no carro de Button é que vai minha torcida! A primeira surpresa aparece na terceira colocação. Romain Grosjean colocou a França novamente em evidência após muitos e muitos anos. O resultado é ainda mais incrível se comparado com Raikkonen. Já se imaginava uma Lotus forte, mas eu não apostaria em Grosjean. Assim como não aposto num bom resultado dele na corrida. Mas valeu pelo treino, a alegria do garoto está na cara.

Mercedes mostrou força, muito mais do que eu imaginava. Red Bull foi de certa forma decepcionante, mas acho que vem pra cima na corrida. Não sei se chegarão na Mclaren, mas em condições normais brigarão pelo pódio.

O pelotão do meio vai ser divertido. Toro Rosso, Willians, Sauber, Force India... e Ferrari. Foi um treino lastimável para o time italiano. Alonso tiraria leite de pedra e chegaria no Q3, para largar lá pela sétima ou oitava posição. Resultado que já causaria certa crise. Mas com os dois carros fora do top 10 e com Massa lá na rabeira, é bom os dois acharem um atalho daqui a pouco.

A torcida pela Caterham continua. Infelizmente o treino mostrou um cenário ainda parecido com 2011 mas vamos torcer pela recuperação na corrida. No ano passado o carro era melhor de corrida do que de treino...


E o olhar acima diz tudo. A estrela brasileira está fraca, sem brilho, sem confiança. O carro da Ferrari é ruim, tudo bem, mas levar 1 segundo de Alonso, que fez apenas 1 volta no Q2? Não adianta Massa insistir no discurso da falta de grip, que o carro é instável. Há três anos ele reclama da mesma coisa, tá na hora dele buscar uma solução não apenas para o carro, mas para a sua incapacidade de mudar seu estilo. Não adianta esperar o carro chegar no seu estilo, ele também precisa adaptar sua pilotagem ao estilo do carro.

A verdade é que está dando nervoso ver a performance dele... beirando a vergonha alheia.

Daqui a pouco começa!! Enquanto isso vamos aturando Serginho Groisman com convidados globais e um japa da Poli campeão mundial de lançamento de aviõezinhos de papel... é nessas horas que percebo o quanto gosto desse negócio chamado F-1.

Nossa... que importante...

Coletânea de informações inúteis na madrugada...

Já li em vários lugares que a temporada 2012 é primeira desde 1950 com 6 campeões mundiais na disputa. Alguém pode me dizer qual seria a mágica para termos 6 campeões entre os anos de 1950 e 1955??

Ainda sobre os 6 campeões mundiais que disputam este campeonato, vale lembrar que Schumacher é responsável por metade disso. 1 Schumacher = 1 Alonso, 1 Vettel, 1 Kimi, 1 Hamilton e 1 Button.

Dizem que as manhãs de domingo não são mais as mesmas desde que Ayrton Senna morreu. Mas se quiserem que outro brasileiro faça a alegria nas manhãs de domingo, teremos que nos contentar com apenas 10 oportunidades no ano. Isso mesmo, em 2012 metade das corridas acontecem fora do horário matinal. E são apenas 8 corridas na Europa.

Tem recorde mais sem nexo de se controlar do que número de pontos acumulados? Por exemplo, se no famoso GP da Australia de 1987, quando Roberto Moreno fez 1 ponto com sua AGS chegando na sexta colocação, a pontuação fosse igual à de 2012, ele faria na verdade 8 pontos. O ponto único (décimo lugar) ficaria para Nelson Piquet, que quebrou 24 voltas antes do final. Vejam o caso de Luciano Burti. Ele não fez nenhum ponto em sua carreira de 2 anos na F-1. Pelo sistema de pontos atual, teria somado 10 pontos.

Mais sobre pontos. Lella Lombardi foi a única mulher a marcar pontos na história da F-1. Mas será que podemos dizer que ela realmente marcou um ponto? Lella chegou em sexto lugar no GP da Espanha de 1975. Mas o GP foi encerrado antes da metade por causa de um acidente que matou 5 espectadores. Assim, Lella conquistou 0,5 ponto em sua carreira. Bom, melhor que nada... nos dias de hoje, teria ganho 4.

A menos que alguém tenha publicado um post minutos atrás, chegamos ao incrível número de 600 post no Blog dos Zé Ruela! Uma marca marcante para começar bem a temporada de 2012!

sexta-feira, 16 de março de 2012

Acabou a espera!

Os dois treinos livres de hoje cedo foram muito afetados pela chuva e vamos ter que esperar mais um dia para ter uma melhor noção da ordem entre as equipes. Do ponto de vista de engenharia, centenas de fotos dos carros estão circulando na internet sendo os principais assuntos do momento o esquema de escapamento da Red Bull e a discussão sobre o F-Duct ativado pelo DRS que a Mercedes parece que tem.

Porém o melhor presente veio do Massa, logo no primeiro treino ele foi parar na caixa de brita e já de cara mostrou todos os detalhes do assoalho da sua Ferrari:



Ai ai, torço muito pelo Massa e espero que ele faça um começo de temporada muito bom, caso contrário duvido que ele termine o ano na Ferrari...

quinta-feira, 15 de março de 2012

Poucos minutos e contando...


Restam alguns minutos para começar oficialmente a temporada 2012! E três vivas ao SporTV, que vai mostrar o treino a partir das 22:30hs. Que pelo jeito será debaixo de chuva e vai deixar para amanhã a curiosidade de saber quem está bem ou mal.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Dois dias e contando...

Em menos de dois dias os carros entram na pista na Austrália para o primeiro treino livre. Aqui na Inglaterra a prova não vai ser mostrada ao vivo em TV aberta, a BBC vai mostrar a prova após algumas horas mas ao vivo mesmo só no canal por assinatura de F1 que a Sky criou. Eu não assinei (ainda) e sábado e domingo de madrugada vou vir até a fábrica para assistir a prova.

Muita expectativa para confirmar em qual situação cada time está e a única coisa que parece certo é que o pelotão vai estar compactado com performance muito próximas entre os carros. Apesar de não mais tão importante como no ano passado, os gases do escapamento ainda são uma área em que performance pode ser ganha e durante os treinos de pré-temporada os times de ponta focaram muito nessa área. A Red Bull trouxe a sua versão final apenas nos dois últimos dias em uma tentativa de atrasar os outros times que tentarão copiar. Parece a tendência continua sendo utilizar estes gases para melhorar o isolamento entre o difusor e o pneu traseiro, este post AQUI do site www.f1fanatic.co.uk especula sobre o que a Red Bull está fazendo.

Para ilustrar a paranóia (bem justificada) das equipes em esconder os seus conceitos pelo máximo tempo possível, vejam este vídeo filmado no último teste em Barcelona:


quarta-feira, 7 de março de 2012

A hora da verdade...

Ingressos da F-1 já estão a venda. Em até 8 vezes no cartão de crédito.

E não haverá recaída. Chega de Setor G.

Ta ai a visão de 2012. Tia Janete (sempre ela...) já confirmou presença.


http://www.gpbrasil.com.br

sábado, 3 de março de 2012

Barricas na Indy em 2012



E acabou dando certo: Barrichello assinou com a KV Racing e disputará o campeonato da F-Indy em 2012. Uma decisão que parece muito positiva para todos os envolvidos. Barrichello renasce porque apaga a saída pela porta dos fundos da principal categoria do automobilismo mundial para assumir o papel de protagonista na segunda categoria do automobilismo mundial. E isso tudo aos 39 anos de idade. Terá como seu aliado um dos principais nomes da categoria, o campeão Tony Kanaan. Ou seja, ajuda para uma rápida adaptação é o que não faltará.

O grupo Bandeirantes por sua vez ganha um garoto propaganda e tanto. Já imaginou o auê que vão fazer na preparação para o GP do Brasil e Indianápolis na sequência? Lembrando, Barrichello pode ser o primeiro piloto a vencer em Indianápolis nas duas principais categorias de monoposto. Vai virar amigão do Datena, do Milton Neves, do craque Neto e melhor amigo do Luciano do Valle. Que Rubens abra o olho e saiba escapar das arapucas que essa turma monta. Pelo menos jogou limpo na coletiva que anunciou sua contratação e disse que é um novato, que não é favorito, que não sabe nada de oval. É isso ai, ele não precisa criar expectativa para ser notícia. Ele é notícia de qualquer jeito, pelo bem ou pelo mal. Então fica de boca fechada e acelera, só isso.

E bom para os brasileiros que gostam de corrida porque isso significa a transmissão ao vivo das provas da Indy, coisa que não estava acontecendo. Os horários das provas muitas vezes batem com os horários do futebol, complicando a TV aberta, mas pelo menos no Bandsports vai passar.

Assim, pelo vigésimo ano seguido vou assistir um GP Brasil com Rubens Barrichello na pista. Se o cara é insistente, eu também sou. E a Tia Janete também!

Duas semanas e contando... parte 2

Lá vai mais um vídeo legal, com as 10 melhores ultrapassagens de 2011, obviamente na visão dos loucos que prepararam o vídeo. Concordo com a quase todas, principalmente a primeira colocada. Mas na minha opinião, faltou a ultrapassagem de Button sobre Vettel no GP do Canada. Nem tanto pela plasticidade da manobra, mas pelo contexto, pela caça de Button pela vitória.



Pra quem não lembra da ultrpassagem, aqui via um vídeo feito por algum Zé Ruela Canadense, no setor G deles... muito legal a reação da galera.

Duas semanas e contando...

Amanhã é o último dia de pré temporada da F-1. Depois disso, só em Melbourne. Mais duas semanas de espera, a abstinência está chegando ao fim...

Aqui vai o vídeo oficial de 2011. Vejam logo antes que a FOM retire do Youtube. Se isso ocorrer, o vídeo está disponível no site da FIA.