segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Post 700!! Feliz 2013!!

Tem coisa mais óbvia do que abrir qualquer site de notícias na manhã do dia 31 de dezembro e ver a imagem abaixo??
Já é 2013 na Austrália!!

Feliz 2013 a todos os ZÉ RUELAS!!! Que o ano novo traga nossos editores de volta porque chegamos ao post 700, mas do jeito que vai não sei se chegamos ao 800... rs

Gonzo... cadê as previsões??!!

Fui pessoal... volto em 15 dias...

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Feliz Natal 2012!

Aos Zé Ruelas espalhados pelo mundo, Feliz Natal a todos!

O cartão de natal foi "emprestado" do facebook da melhor equipe de F-1 do mundo!!

E depois do X-Men por Peanuts no blog do CT, eles estão de volta na versão natalina!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Meu vizinho vai correr de Stock em 2013

Meu vizinho, Rubens Barrichello, fechou com a Medley e vai correr de Stock ano que vem (fonte1, fonte2).
Acredito que voltando a morar no Brasil, deve passar alguns finais de semana por aqui, jogando Golf e, quem sabem se voces me ajudarem com aquela vaquinha, batendo umas partidinhas de F1 lá em casa.

endereço do Rubinho em São Carlos

promoção do Rubinho na Stock

Aproveito pra informar que a área de churrasqueira está pronta e as portas estão abertas ao Rubens, aos editores deste blog e agregados.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Um pouco de barulho

Simulação de largada em frente ao Setor F. Um tributo ao mito Kobayashi!


E o Maldonado??

Maldonado foi o maior fantasma do GP Brasil. Lá pela segunda ou terceira volta vejo um carro batendo na curva do Sol. Não vi se escorregou, se aquaplanou ou se bateu com alguém. Lá estava a Willians do venezuelano chapado nos pneus. Ninguém falou do acidente no rádio ou na TV. Simplesmente ninguém viu.

Pra quem estava curioso e não dormia desde o dia da corrida querendo saber o paradeiro dele, olha o que restou da Willians!


Interlagos 2012 - Domingo - Não podia ser melhor

Faltavam as fotos do domingo...


Quando deixei meu palpite no blog sobre como seria a corrida no domingo, foi mais pela insistência dos jornalistas no sábado que não paravam de falar no rádio sobre um dilúvio no domingo. E a previsão também era um desejo porque daquela forma a corrida seria incrível.

Apostar em Button é sempre uma boa pedida em momentos caóticos, ele se adapta bem às condições adversas. Alonso precisava atacar, é o que restava. E nessas condições Vettel teria que ser quase um covarde porque ele tinha tudo a perder.



Vettel é um tricampeão merecido que agora precisa de um carro pior. Ele já tem números de gênio, mas conquistou 3 títulos seguidos tendo o melhor carro nas mãos. Resta agora ele comprovar que é um fora de série, e só vai conseguir isso guiando um carro longe de ser o melhor. Foi em corridas memoráveis guiando uma Mclaren meia boca que Senna virou herói, lutando contra uma Willians de outro mundo. Foi vencendo corridas com uma Ferrari capenga que Schumacher virou gênio antes de iniciar a conquista dos 5 títulos na equipe, lutando com Willians e Mclarens. E foi com corridas incríveis que Alonso ganhou a simpatia daqueles que torcem pelo mais fraco. Dos três títulos de Vettel, Alonso brigou em 2 deles até a última corrida tendo nos dois casos um carro nitidamente inferior. Hoje o espanhol é um bi-campeão que tem menos a provar do que Vettel com seus 3 títulos. E antes que comece a famosa choradeira que a Ferrari toda corre por Alonso prejudicando Massa, em Interlagos o estabanado Webber deu passagem a Vettel por duas vezes. E Schumacher deu passagem a Vettel.

Sobre isso, uma pequena nota. Schumacher alegou no final da prova que não havia motivo de complicar a vida de Vettel lutando pela posição pois ele não tinha nada a ver com a disputa do título e não havia porque prejudicar o compatriota. Nessa hora dizem que Alonso entrou correndo no box da Caterham caçando Petrov e gritando: "Tá vendo seu russo maldito, você não tinha nada a ver com a disputa do título, custava dar passagem em Abu Dhabi???". Pois é, se o russo tivesse pensado dessa forma, Alonso teria sido tricampeão em 2010. Mas não foi. Quem tá certo? Petrov, óbvio. Schumacher pisou na bola. Porque tenho certeza que se fosse Alonso atrás dele o decisão seria outra com certeza.

O único problema é que acabou!! Começa a estiagem... F-1 agora só em março de 2013... 

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Despedidas

Só pra fazer de conta que eu participo desse blog, vou colocar aqui três vídeos que roubei do blog do Gomes. O primeiro é um resumo das pérolas do Kimi em 2012:


O segundo é o vídeo da BBC de despedida do Lewis na McLaren:
E o terceiro é o vídeo da BBC de despedida da temporada, muito legal:

domingo, 25 de novembro de 2012

Deu!

Esse foi o meu primeiro GP Brasil assistindo da TV. Depois de 25 anos, aposentei o boné e o protetor solar. Não foi tão traumático quanto eu pensava. É verdade que eu evitei de assistir as reportagens pré-GP, não vi nenhum treino, nem a classificação. E só liguei a TV com 3 minutos pra largada, pra não dar nem tempo de sentir remorso.

Não morri, pelo contrário, uma corrida como Interlagos na TV também é muuuuuito legal. O melhor ainda é ao vivo, claro. O conforto de casa também é um grande atrativo, e comparo a assistir um bom show no estádio, ou pela TV. É bom, você vê os detalhes, mas não é a mesma coisa.

Falando em ver os detalhes, pude acompanhar outra corrida. Além da maravilhosa disputa pela liderança e pelo título, havia outra disputa em jogo, que quase ninguém percebeu: o décimo lugar no mundial de construtores. É que os 10 primeiros tem o direito de ter os custos de transporte bancados pela FIA.

Nada, nada, deve dar uns 40 milhões de dólares de diferença. São 9 equipes antigas, mais as 3 nanicas. Ou seja, só a melhor delas ganha o bolo. Por direito e média dos resultados do ano, essa décima vaga seria da Caterham. Mas com umas bobeadas na estratégia, acabou que em uma corrida a Marussia conseguiu um décimo segundo.

Foi uma batalha tremenda para fazer um décimo segundo, para empatar a classificação, e ficar em décimo no campeonato. Mas foi muito difícil. Os carros realmente não conseguiram melhorar a ponto de fazer frente aos outros times já estabelecidos, e conseguiram no máximo um P14. Uma grana dessas faz diferença, e cabeças rolaram em Leafield.

No GP Brasil, estava eu desanimado, parecia que o negócio estava indo pro saco. Mas, por hábito, e no conforto de casa, deu pra acompanhar de perto a saga das Caterham no GP Brasil. Cometeram um erro inacreditavelmente bobo na estratégia, na primeira garoa, no começo da corrida: enquanto outras equipes trocavam os pneus, naquela incerteza, se mantiveram na pista. Subiram para sexto, mas ficaram com os dois pés na mesma canoa. Resultado: continuou chovendo e a canoa afundou.

Se tivessem trocado os pneus de um dos carros quando começou a garoar, a estratégia seria mais robusta, estariam dando um tiro pra cada lado, e se garantiriam de algum jeito no meio da caótica corrida que se formava. Quando finalmente pararam para os intermediários, despencaram na classificação e perderam volta.

A corrida já tinha ido pro saco, mas a choradeira do Alonso pedindo Safety Car colocou os verdinhos na prova de novo. Safety Car pra tirar caco de carro da pista é coisa de fraco. A pista é a mesma pra todos, se a Pirelli faz pneu que só anda em pista de bilhar, que sejam cuidadosos. Mas isso não tem a ver com o assunto. O que interessa é que as Caterham estavam de volta. Mas estavam atrás de Charles Pic.

Aí começou a guerra, volta mais rápida sobre volta mais rápida pro Petrov, seguindo Pic. A ultrapassagem veio no final da corrida, pelo décimo segundo lugar. Com a batida do Di Resta, Petrov chegou na P11, e encerrou a fatura: Caterham em décimo no mundial 2012, e garantida no esquema de transporte da FIA de novo.

Sorte e competência, a corrida foi eletrizante no fundo do pelotão também. E parabéns pro CT, que vai ter um ambiente mais calmo pra desenvolver o carro no ano que vem!!

Do resto, escrevo mais depois. Especialmente as previsões do Rafa, que foram certeiras neste GP Brasil. Foi assustador! Mas parabéns, CT!! Vai, CT!!!


sábado, 24 de novembro de 2012

Interlagos 2012 - Sábado - Sombra e água fresca

"Acordou tarde, tomou café, agora vai... sentar no lugar que quiser"

Essa é a música mais adequada para o Setor F. A foto ai embaixo foi tirada às 09:41 da manhã. Fazendo uma comparação, assistir o treino nesse setor foi como comprar um carro com ar condicionado. Você não vai mais comprar um que não tenha.

O ponto negativo é perder a visão da curva do lago. Por outro lado, ganhamos uma bela visão do "S do Senna". Entre prós e contras, a frase que vinha na minha cabeça era: quanto vale um aborrecimento.

A penúltima foto desta série é dedicada ao Gustavo.

Amanhã tem 90% de chance de chuva. Alonso precisa mais do que chuva, precisa um tsunami, precisa de caos, precisa de muita confusão.

Meus palpites: corrida empolgante, enrosco na primeira volta, Button vence, Alonso vai ao pódio, Vettel leva o título numa corrida de sobrevivência.




sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Interlagos 2012 - Sexta-feira - Sol de rachar...

Salve salve nação Zé Ruela!! Hoje foi dia de treino livre, e graças à SAE Brasil passamos uma sexta-feira bem animada em Interlagos.

Dessa vez o blog foi representado por mim e o Gustavão. Amanhã continuo a saga com minha mãe, a famosa Tia Janete, última dos moicanos Ruelas. É... a coisa tá minguando mesmo. Mas de amanhã eu falo amanhã. Vamos falar de hoje.

Ficamos no HC da Petrobras, instalado no mesmo lugar de todos os anos. A sequência das coisas foi igual também. Café da manhã com treino, passeio nas lojinhas na esperança de achar alguma coisa pra comprar (esperança que morre ao ver que a camiseta mais barata custa R$ 250,00), visita aos boxes, migué na saída dos boxes para ver o segundo treino no S do Senna, almoço e casa. Show como sempre.

Fotinhos abaixo para quem não foi.

Coisas interessantes dessas fotos:
- o tempo passa... eu de cabelos brancos e o Gustavo ficando careca;
- Marusia subindo o Laranjinha com um monstrengo de sensores na região do difusor;
- numa das fotos da Caterham no Laranjinha, tem aquele líquido amarelo para verificar o fluxo de ar. CT, isso era pedido seu??
- CT, colocamos várias fotos do pessoal da Caterham... conhece alguém? E quem é o Trulli cover?
- Red Bull colocou o Donkey com a camisa do Brasil no pórtico da bandeirada... tava engraçado;
- os carros mergulhando no S do Senna... não tem preço;

Final de semana promete. A partir de amanhã deve rolar tudo com pista molhada - treino e corrida. O primeiro milagre de Alonso já aconteceu, pelo menos na questão climática, São Pedro deve ajudar a tumultuar a prova.

E como não podia faltar... XUPA CT!!!


Carrões de Interlagos

Os melhores e mais avançados veículos do mundo estão reunidos neste final de semana em Interlagos. A fina flor do mundo automotor. Tow Mater would certainly call them LEMONS!


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Finalmente... está chegando

Hoje falei com a Dna Eurides e o marido dela. Gente boa demais. Significa que tá chegando a hora... até que enfim...

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Não conta lá em casa

Esse é o título de um programa do Multishow, onde um grupo vai para os lugares do mundo onde ninguém iria. Lugares em conflito, em guerra civil, se recuperando de grandes tragédias, enfim, aquelas viagens que são roubada e dão suas opiniões, no melhor estilo jornalismo Gonzo. Nunca vou ser bom o bastante pra ser jornalista, mas como coisas relacionadas a Gonzo combinam comigo, acabei me metendo numa dessas aventuras.

Tudo começou com um voo cancelado, em maio deste ano. Acabei ficando a pé (literalmente) no aeroporto de Jacarepaguá. Com a dificuldade de se achar hotéis no Rio, acabei me lembrando do velho e bom hotel Monza, e acabei indo pra lá (uhhhhhh.... Mas isso é história pra outro post). O fato é que eram duas da tarde, e eu estava lá, em frente ao autódromo, sem nada pra fazer.

Resolvi andar, tentar entrar no paddock pela última vez. A ideia era ir pela antiga curva norte, contornando o Maria Lenk. O outro interesse era finalmente conhecer o famoso velódromo de Jacarepaguá, com a sua madeira da Sibéria, e se tivesse sorte, ver algum atleta de verdade treinando pras Olimpíadas. De cara, já dei com os burros n'água: meu acesso ao velódromo foi barrado. Os seguranças do complexo olímpico foram realmente muito gentis, é verdade. E não há nenhuma ironia nisso. Os caras foram gente boa, falaram com o superior, e o superior não sabia qual era o procedimento para visitantes.

A verdade é que ninguém se interessa em ir conhecer um elefante branco que é o velódromo de Jacarepaguá. Ficaram 1 hora batendo cabeça, e nada. Por fim, surgiu um procedimento de visita: eu teria que ir pessoalmente ao COB, na Barra, e pegar uma autorização. Vai bem, o esporte brasileiro. Se pra visitar um velódromo tem uma burocracia dessas, imagina um atleta como tem que rebolar pra conseguir um apoio?

Bom, como vi que daquele mato não ia sair visita, resolvi ir mais adiante. Andei mais um pouco, e fui entrando no paddock. Ali, sim, conhecido. Só que bem diferente. Mato bem alto, portão enferrujado, e vigia dormindo em serviço. Sim, dormindo. Quem ia querer entrar num elefante moribundo que é o autódromo de Jacarepaguá?

Entrei sorrateiramente, para não perturbar o sono do moço. Quando já estava a uns 50 metros da velha ponte, ele acordou e me viu. me chamou, e fui falar com ele. Me explicou que o autódromo estava sendo usado (!), para um evento, e que o acesso era proibido, porque haviam pessoas importantes lá dentro, "inclusive Cacá Bueno, esses caras". Bom, devia ser importante, pro Cacá estar por lá. Então meu terceiro objetivo era ver se tinha alguma coisa no RioCentro, mas para isso ia ter que contornar todo o autódromo de novo.

Mas o vigia, mais amigável por ver que eu era um "turista", e não um assaltante, me deu a letra: vai por aqui, ó, mostrando o caminho da Vila Autódromo. A Vila Autódromo. Temor entre 10 em cada 10 automobilistas em Jacarepaguá. A lei sempre foi: "Não erre a entrada, de jeito nenhum. Porque senão você cai na Vila Autódromo. E aí, mermão, já era." Exagero, claro. Mas era uma favela. E mesmo os mais comedidos sempre falavam que a barra lá era pesada mesmo. Eu mesmo cansei de ouvir relatos de pessoas depois dos GPs Brasil, dizendo que foram assaltadas na saída da arquibancada que ficava lá na curva do S.

Perguntei pra ele se não era perigoso, e ele me disse: "Não, é tranquilo. Isso não é mais assim não. Melhorou muito. Agora, é uma favela. E não é pacificada..." Mas aceitei. Então, o trajeto seria esse:


Passando dentro da favela. E a minha missão Gonzo se iniciava.

As imagem acima foi sobre uma imagem do Google Maps. As imagens seguintes, retirei da internet, não tenho os créditos. Servem bem pra ilustrar como é lá.

Voltando a história: Saí do autódromo, e fui pro lado direito, pra circular a área. No começo, tudo tranquilo. Mas já haviam resultados do estrago causado pela mentalidade das últimas administrações municipais. Vi várias casas, na estreita faixa entre o muro do autódromo e o lago, que são hoje oficinas mecânicas. De carros de rua. Mas, pelo estilo, foram um dia mecânicas de carros de corrida. No fundo delas, Gols, Palios, Unos, todos com gaiolas, e que um dia correram na pista. Mas agora estavam expostos ao tempo, enferrujando. Aquelas oficinas viviam de automobilismo, como vivem várias no entorno de Interlagos. Estas, na seca atual, mudaram de rumo, e custam a sobreviver.

Mas o post não é sobre isso, e continuei. Conforme entrava mais no meio da coisa, percebi que como em toda comunidade, existem as pessoas boas e as não tão boas. A associação de moradores promove uma ação para limpeza das fachadas de cada habitação, e de quebra limpam também o lado que seria da calçada do autódromo. E junto com isso, fazem a parte que a prefeitura do Rio deveria estar fazendo. Asfalto, nem pensar. Tudo ali é na base da terra, no máximo um cimento jogado pelos moradores na frente de suas casas. Luz, tem. Água, não sei. Esgoto? É isso aqui, ó:



É esse caldo preto, de um riacho que vem dos lados do morro do camelo, que passa pela vila e termina na lagoa de Jacarepaguá. Um caldo que não deve nada ao Rio Tietê, em São Paulo. Parece até pior.

Continuei andando, e tudo completamente deserto. Mas encontrei um pessoal esquisito, com uma atitude suspeita. Estavam parados, numa quarta-feira a tarde, sem fazer nada. Me olharam com um jeito estranho. Sabia que se viessem na minha direção, estava perdido, e que seria mais um pra contar uma história ruim da Vila Autódromo. Não tinha o que fazer, passei por eles com aquele jeito de quem sabia exatamente para onde estava indo, sem demonstrar qualquer preocupação. Acho que o meu teatro foi bom, porque aqueles quatro caras não falaram nada enquanto eu passava, mas também não me pararam. Só ficaram olhando.


Mais 50 metros, e começaram a aparecer traços de civilização. Já conseguia avistar o setor A, a primeira arquibancada coberta do retão, e sabia que o fim do passeio estava próximo. Vi mais pessoas na rua, mais oficinas mecânicas, os barracos deram lugar a casas de alvenaria, com reboco e pintura. Até por um supermercado eu passei:


Mais e mais gente, mais e mais movimento, e cada vez menos gente "suspeita". Mas sem idealismos, se há traficantes ali, é claro que eles sabiam que eu estava entrando lá. Sabiam desde o momento em que eu saí da portaria do autódromo. Se me deixaram passar, é porque só querem fazer o "serviço" deles. Talvez aqueles quatro homens fossem pessoas mandadas para me ver de perto. Talvez fossem somente 4 desempregados, ou trabalhadores do supermercado em horário de almoço. Sei lá.

Só sei que eu sobrevivi a uma travessia da Vila Autódromo. E que lá só tem gente interessada em cuidar da sua vida. É um pessoal que já estava lá antes de inventarem essa história de Olimpíada, talvez estivessem lá até mesmo antes do autódromo. E que certamente vão ter suas vidas viradas de cabeça pra baixo por causa do grande parque olímpico que será construído ali. 

Essa aqui eu sei quem tirou: Paulo Marcos (Portal IG)

O que isso tem a ver com o blog de automobilismo? Fora dessa lenda dos perigos da Vila Autódromo, eu queria que vocês conhecessem este lado também. Reclamamos que perdemos o autódromo, mas essas pessoas vão perder suas casas. E ninguém está falando nada disso. Esses caras estão lá há mais de 20 anos, e vão ser expulsos de lá, com uma justificativa de que invadiram uma área de preservação. Tudo bem, agrediram o meio ambiente, tá certo. Mas se não se preocupam em realocar estas pessoas, vão pensar em refazer um autódromo? Esquece. Deodoro não sai.

Este é um primeiro post, de alguns ainda que vou escrever sobre a morte do autódromo. Muito pu+o, em ver o esporte tão maltratado. Excelente traçado, corridas fantásticas que vi lá, muitas recordações boas, mas que outros não poderão viver daqui pra frente. Obrigado, Carlos Arthur.

Diário de Viagem

OK, sumi por um bom tempo do blog. Mas olha só os motivos:

Primeiro, fui pros EUA. Uma pingadinha em Indianápolis, pra ver a Pagoda Tower de dentro da pista:

Depois, um pulo na Califórnia, para despinguelar no saca-rolha, num belo final de tarde, num evento promocional depois da classificação da Le Mans Series:

Mas não acabou aí não, tem mais uma visita rápida ao Parque Nacional de Monza, logo ali ao norte de Milão...

Mais umas milhas de vôo, acabei indo pro Japão, pra dar uma passada sobre a zebra da chicane de Suzuka!

O passeio só acabou no extremo sul, em Melbourne, num lindo pôr do Sol em Albert Park:

OK, claro que não fui a esses lugares. O post é só pra avisar vocês, fanáticos, que o Google Street View passou por alguns autódromos do mundo. Rodando pela pista, fazendo o circuito. Para os loucos por corrida, é pelo menos interessante ver "na real" como são os circuitos, alguns deles sem as maquiagens da F1. Olha só a diferença da reta dos boxes em Melbourne durante o GP e em estado normal:


Em alguns lugares, dá pra "circular" pelo paddock também, e ver detalhes da pista, como alguns remendos tenebrosos nos muros, que fariam o ECPA ser referência em contenção. Mas não vou queimar o filme do circuito, descubram por si mesmos.

Não rodei todas as pistas, também o tempo não tá sobrando assim, mas descobri que Silverstone está na lista também:

E que Interlagos também dá pra ver virtualmente. Tanto o autódromo:


Como o kartódromo:

Bom, meio cultura inútil, e eu tenho mais um monte de post mais importante na cabeça que esse. Mas sei lá, pra tirar a ferrugem, e como curiosidade, até que tá bom. Divirtam-se vendo em 360 graus algumas das curvas mais famosas do mundo. Boa viagem!

domingo, 28 de outubro de 2012

Nota de Falecimento

Aos 35 anos de idade, morre neste domingo o Autórdromo de Jacarepaguá. Um dos principais circuitos  do mundo vai desaparecer por completo para dar lugar ao complexo Olímpico dos jogos de 2016. Uma idéia que pode ser brilhante quando se olha no contexto político macro-econômico de uma cidade em expansão visando crescimento e desenvolvimento sustentável focado na criação de renda e fortalecimento das receitas operacionais blá blá blá. Como fã de automobilismo, digo que é um absurdo e pronto!! Não tinha outro lugar?? Só dava para construir o parque Olímpico lá?? Tem muita política e dinheiro por trás disso, nem vale a pena entender. Fico apenas com a lamentação. Tinha que chamar o Capitão Nascimento.

Sou péssimo com links, então deixo apenas as referências. O Gonzo escreveu dois posts em Maio de 2010 entitulados o "O moribundo e nós", descrevendo algumas de suas experiências no autodromo do Rio de Janeiro. Vale a pena voltar e olhar os posts porque são ótimos. Como ele previa há mais de 2 anos, só faltava desligar os aparelhos. Isso ocorre hoje.

Uma etapa do Campeonato Estadual de Marcas do Rio de Janeiro vai colocar os últimos carros que correrão por lá. Uma honra para essa turma de entusiastas desconhecidos, mas uma sacanagem com o local. Uma sacanagem com a história brasileira.  Merecia coisa melhor, uma corrida de despedida, um evento que marcasse esse momento, sei lá. Mas não, o autódromo morre como um moribundo mesmo, esquecido e largado pela sociedade.

Estive duas vezes em Jacarepagua. A primeira para assistir a vitória de André Ribeiro na prova da F-Indy. Parecia algo promissor, algo que se repetiria por anos e anos. Durou pouco, muito mudou, e hoje a categoria que assisti no início dos anos 90 no Rio corre no sambódromo em SP (nesse ponto ficou bem mais perto de casa... rs). A segunda passagem foi para assistir a MotoGP e está registrada no post do Gonzo. O dia da chuva horizontal. Lembrança boa que o parque Olímpico não vai apagar.

A largada do Estadual de Marcas será por volta das 13hrs. Depois da última bandeirada, acabou. Quem viu, viu, quem não viu, já era. Depois, corrida no Rio só quando o autódromo de Deodoro (??) ficar pronto - hahaha. A levar em conta o esforço que fizeram para salvar Jacarepagua, dá para imaginar a força e interesse para constuir uma nova pista. E assim o automobilismo brasileiro vai caindo caindo e parece não ter limites, parece não haver fundo do poço. Tá triste demais.

Obrigado Jacarepagua.

Buddh!!

Lá vamos nós, torcendo contra a lógica, senão é Vettel, Webber e Hamilton. E Vettel ganha a quarta de ponta-a ponta... e praticamente garante do tri.

Mas todas as vezes que falei de lógica aqui, ela não se concretizou. Alonso não deve gostar muito dos meus posts. Espero que depois de hoje Vettel também não goste.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

F1 retrô

Alguém ta ganhando dinheiro com a nossa idéia de 1998! Camisetas das equipes antigas... oh bando de engenheiro sem espírito empreendedor que tem nessa turma...
Olha a da Ligier ai embaixo!

Retro Formula 1 Ligier T Shirt

O féladamãe ta fazendo uma camiseta melhor que a outra...

domingo, 21 de outubro de 2012

Whatahell!!

Algumas semanas longe do blog e muita coisa louca aconteceu... Preguiça de escrever. Acho que é essa coisa de horário de verão.


Whatahell 1!! Oh shit...


Whatahell 2!! Lá se vai meu tri-campeonato...


Whatahell 3!! Meu Deus....


Whatahell 4!! Merecia um Oscar!!


Whatahell 5!! No comments, o cara e todos que ajudaram são sem noção.... Red Bull te dá asas.


Whatahell 6!! Mais do mesmo... this is Talladega como eles dizem lá...


Whatahell 7!! Que mico...

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Vaquinha pra presente de Natal

Aproveitando a boa fase do Bastião, e pra tirar a poeira do blog!
Tinha visto isso há muito tempo no site da RedBull, agora achei pra vender aqui no Brasil, no Submarino, por meros R$7300,00 (cockpit redbull).
Já deixei lá na minha lista de presentes e estou aguardando a boa vontade dos amigos em fazer uma vaquinha pra me presentear no Natal. Temos aí uns 3 meses de salário, 13o e participação nos lucros, acho que dá pra economizar um pouquinho cada mês e me ajudar a fazer da minha sala um lugar mais divertido.


É claro que o negocio fica a disposição daqueles que estiverem de passagem em São Carlos...

sábado, 22 de setembro de 2012

WEC - 6 Horas de São Paulo

Enquanto aguardo o início do treino da F-1 em Cingapura, aproveito para colocar algumas fotos das 6 Horas de São Paulo que eu e o Bola fomos assistir semana passada em Interlagos. Um evento incrível, que tem tudo para engrenar e ser um sucesso.

Chegamos por volta das 9 e pouco da manhã. Setor A praticamente vazio e já começavam os movimentos para a prova da Porsche Cup. Esperamos o início da corrida e como os malucos se arrebentaram na reta oposta deixando a prova com Safety Car por mais de 20 minutos decidimos seguir em direção aos boxes pois haveria uma visitação das 10hrs às 11hrs.

Como vocês podem ver nas fotos a visitação é no estilo do treino de sexta da F-1, quando temos os convites da SAE/Petrobrás. Só que durante 45 minutos os pilotos ficam à disposição para autógrafos. Todos tinham cartões ou posters que iam assinando e distribuindo para o público. É um esquema muito legal, com uma interação que nunca tinha visto com pilotos de ponta. Para nossa sorte não tinha tanta gente, então conseguimos passar por quase todos.

E dai encontramos grandes personalidades da história como Allan McNish, Lucas Di Grassi, Alexander Wurz - o "Wurzão", Nicolas Prost (é o filho daquele...), Karun Chandhok, Vitantonio Luizzi, Fisichella. Sem falar nos expoentes maiores como Enrique Bernoldi, Gianmaria Bruni, Alexandre Negrão, Stephane Sarrazin, Jean-Denis Deletraz e o mago Olivier Beretta.

Depois dos boxes fomos para a área onde fica os HC da Petrobrás nos dias de F-1 pois havia uma mostra de veículos antigos e os dois carros que Emerson Fittipaldi - o mentor dessa história toda de WEC no Brasil, venceu as 500 milhas de Indianápolis. Tudo no conceito americano de que você compra seu ingresso, mas tem acesso a várias áreas.



A corrida é muito interessante porque são 4 categorias na pista ao mesmo tempo. A cada 6 ou 7 voltas da categoria principal, eles chegavam para dar uma volta na categoria mais lenta. Então é uma prova em ritmo frenético, com ultrapassagens o tempo todo.

Ficamos cerca de 1h45min por lá. Depois fomos embora. Na hora da largada estavamos torrando no sol. Da casa dos meus pais assisti o final da prova com Interlagos anoitecendo e com uma baita neblina. Wurzão e Nicolas Lapierre venceram com o carro do híbrido da Toyota. Em segundo e terceiro chegaram os carros híbridos da Audi com uma turma que incluia o Di Grassi. Esses três carros são simplesmente lindos. E o som dos carros da Audi (motor a Diesel) é uma coisa à parte, parece uma flecha passando.

Evento e corrida aprovados. Segundo Emerson o World Endurance Championship volta para São Paulo em 2013. A Tia Janete já falou que vai!!

Ah sim.... XUPA CT!!!

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Louros ao Campeão

A F-Indy é a primeira das principais categorias a definir seu campeão. E pelo terceiro ano seguido o australiano Will Power joga pela ralo um título praticamente ganho. Dessa vez, sorte (e méritos) para o americano Ryan Hunter-Reay da Andretti Autosports que levou seu primeiro título.

O título foi definido na última prova, as 500 milhas de Fontana. Power tinha uma boa vantagem sobre Hunter-Reay, o único que podia alcançá-lo. Era questão de não se envolver em confusão e chegar da metade para a frente que não importava a posição de Hunter-Reay. Mas em oval nem sempre é fácil apenas chegar ao final. Power e Hunter-Reay largaram lá atrás e não conseguiam vir para a frente. Bom para Will Power que marcava o adversário e garantia a vitória.

Então a sina de vice apareceu. Dizem que o australiano não corre bem em ovais. Dizem que perde a cabeça. Dizem que amarela. Na volta 56 de 250, Power lutava exatamente com Hunter-Reay por posições bem intermediárias quando perdeu o carro e foi para o muro. Um acidente meio bobo. Um acidente de quem perdeu a concentração, de alguém pressionado. E por pouco ele não leva Hunter-Reay junto. Acabaria ali o campeonato em favor dele. Se aquele carrinho amarelo não fosse o adversário pelo título, teria arrastado junto para o muro.



Com Power fora, Hunter-Reay precisava chegar pelo menos em sexto para ser campeão. E começou a subir na classificação. Enquanto isso a equipe Penske começa o impossível. Reconstruir o carro de Power. Isso porque na Indy todos marcam pontos. E se Power ganhasse mais duas posições, ganharia dois pontos a mais. Como após a batida dele, outros dois carros abandonaram, ele precisava voltar para a pista e completar mais umas 11 voltas para ganhar esses pontos. Para Hunter-Reay significaria ter que chegar em quinto, e não mais em sexto.

Pra ser sincero, foi bonito ver o trabalho dos caras. Uma hora e pouco depois, Power voltou para a pista com o mesmo carro que havia mandado para o muro e completou as 11 voltas que precisava para ganhar os dois pontos. Como não havia condições práticas de ganhar mais pontos, recolheu o carro e começou a rezar porque só sobrou isso.

No final da prova, Hunter-Reay alcançou os primeiros e se colocou nas posições para ser campeão. Até que aconteceu mais uma das baixarias da Indy. Faltando 9 ou 10 voltas, Tony Kanaan que lutava pela vitória, também foi para o muro. Hunter-Reay estava entre os cinco primeiros e seria campeão com bandeira amarela pois a limpeza ia demorar mais do que 10 voltas. Então resolveram dar bandeira vermelha. Michael Andretti que é o dono da equipe de Hunter-Reay quase surtou, e na minha opinião, com razão. Uma mudança de regra que poderia custar um título. Uma sacanagem só pra tentar uma chegada em bandeira verde.

Após o recomeço de prova, Hunter-Reay manteve a posição até que Takuma Sato foi para o muro na última volta. Dessa vez não pararam a prova e o azarão venceu. Parabéns a Ryan Hunter-Reay, um piloto que não mostrou domínio na temporada, não assustou nos circuitos mistos como Will Power, mas que soube aproveitar cada falha e bobagem dos seus adversários. E na hora da verdade teve o sangue frio que está faltando para Will Power. O australiano é muito bom, merecia já ter ganho um título e deve lutar novamente por ele em 2013. Mas é bom fechar antes da prova final, caso contrário Power vai continuar sua caminhada para se transformar no Stirling Moss da F-Indy.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

O piloto que perdeu a mão

Não, não é sobre o Alessandro Nannini. Vou começar o post falando sobre o Roy Salvadori. Ninguém falou nisso nos últimos meses, talvez eu seja o único a levar isso a sério, mas ele morreu meses atrás, na Inglaterra, aos 89 anos. Ninguém comentou por aqui, provavelmente porque ninguém sabe quem foi o cara.

Pois eu explico. Era um piloto de corridas. Inglês, apesar no nome. Os mais fanáticos talvez lembrem que ele foi piloto de grand prix (como era chamada a F1 na época). Aos novatos, o DataGonzo explica que embora houvessem apenas 7 ou 8 corridas que faziam parte do Campeonato Mundial de Pilotos nos anos 50, existiam um monte de outras provas espalhadas por aí. Eram os chamados Grandes Prêmios. Haviam provas em Pescara, Marrocos, Angola, Buenos Aires, além das tradicionais em Nurburgring, Silverstone, e Monza. 

As maiores provas faziam parte do campeonato mundial, e para essas havia um esboço de regulamento técnico a ser cumprido, exceto Indianápolis (sim, as 500 milhas já foi uma corrida do campeonato de F1).   Nas outras provas, o regulamento era bem variado, poderiam misturar esporte protótipos com fórmulas, motores de 8 litros contra 1,5 litros, era uma bagunça só. 

Pois bem, Roy Salvadori dirigia nesse meio. E por ser tão eclético na direção, correu de F1 de 1953 a 1962. Sempre rápido, algumas vitórias, e sempre "misturando" todo o tipo de carro. Correu de protótipos até 1965, quando se aposentou da carreira de piloto profissional. Talvez o seu maior mérito tenha sido a vitória nas 24 de Le Mans com a Aston Martin, em 1959, ao lado de um tal de Carrol Shelby. 

A legenda diz o que é. O crédito da foto é de divulgação da Aston Martin.

Mas o que isso tem a ver com o título do post? Roy se foi com as duas mãos presas ao corpo, felizmente. Em primeiro lugar, uma homenagem ao piloto. E depois dessa introdução cultural vou escrever o real assunto do post: como os pilotos de F1 de hoje se tornaram também uns coxinhas.

Na época do Salvadori, Fangio, Moss, e até mais pra frente, beeem mais pra frente, Andretti, Clark, Stewart, Ickx, Fittipaldi, a coisa era diferente. Os pilotos de F1 podiam (e deviam) correm em outras categorias. Isso era pra não "perder a mão".
Stirling Moss na Mille Miglia de 1955 (Crédito: LAT/Autosport)

O cara era condicionado a manter os reflexos em dia, até por que era uma questão de sobrevivência. Mas o fato de dirigir um carro diferente em condições distintas a cada final de semana tornava o piloto mais sensível a cada reação, a cada soluço do motor, a cada corrigida no meio da curva, por causa de um pouco de areia. 

Hoje, os caras são forçados por contrato a só correrem nos finais de semana de F1. Só podem correr sentados em um F1. Um piloto de corrida de verdade se dedica 100% ao seu carro. Se não pode estar na pista, está no simulador, condicionando seus reflexos. Mas será que isso é o melhor, mesmo?

Kubica era um piloto excepcional, que seria campão do mundo, e seria alguém para combater Vettel, Alonso, e Hamilton. Tão bom que podia exigir em seu contrato que lhe fosse permitido correr de rally. Deu no que deu. Perdeu-se num acidente um grande piloto. E nunca vamos saber o quanto andar de rally fazia de Kubica um melhor piloto, então é uma coisa bem subjetiva. Mas, batendo papo com o Guiga, uns dias atrás, ele me disse que andar na Porsche GT3 Cup, com pilotos de pista como tutores, fez com que ele aprendesse algumas coisas novas que poderiam ser usadas no rally. 

Kubica no Rallye de Montecarlo: a maneira mais divertida de se treinar para andar de F1.
 (Crédito: Photo4/xpb)

Uma prova na pista, sem dúvida que é diferente de uma na terra. Mas uma coisa completa a outra. E tem mais: Arrancada não é considerado automobilismo por muitos. Mas os caras que que saem da linha reta e começam a correr em circuitos, invariavelmente largam muito bem. E se um piloto de pista disputasse umas provas de arrancada para melhorar sua largada? Pode não fazer muito sentido para um piloto de F1, mas com certeza é uma ajuda para um moleque que está saindo do kart e sentando num F3.

Se não dá pra concluir muita coisa com o Robert, vamos falar de outros dois caras: Schumacher e Raikkonen. O primeiro se aposentou, ficou 3 anos fora da F1. O segundo se encheu da vida, e ficou 2 anos fora. Enquanto o primeiro foi cuidar de tratar cachorros e tomar tombo de motos, o outro foi destruir carros no mundial de rally e ainda fez duas provas naquela insanidade da Nascar. Resumindo: um ficou parado e outro continuou brincando de carrinho, sem "perder a mão".

Raikkonen e Schumacher finalmente juntos no pódio, em Valência. 
Quem se deu melhor ao retornar a F1? E por quê?
(Crédito: www.motorsport.com) 

O resultado é que Schumacher penou muito no seu primeiro ano de volta, para conseguir se firmar novamente. Já Raikkonen chegou estourando. Os carros são similares, e sabemos pela quantidade de títulos que o Michael é bem mais piloto que o Kimi. Eu, pelo menos, considero que o retorno do monossilábico finlandês tenha sido bem mais sucedido que o do alemão. Eu, pelo menos, esperava mais do Schumacher. 

Por isso que eu acredito que competir em outras formas do esporte, em outras categorias, é essencial para o desenvolvimento do piloto. Seja num rally de velocidade, numa pista de kart, ou dirigindo um tanque numa pista oval, os caras tem que se diversificar, mesmo com o risco de acidentes. Mas a F1 parece ser importante demais para reconhecer que existe um mundo fora dela...

sábado, 1 de setembro de 2012

Grid de Spa

No grid de amanhã, apenas uma conclusão: Alonso se deu muito bem.

Mas como assim? Ele ficou em sexto no grid... como se deu bem? Simples. A McLaren andou bem e Button, que tem uns 500 pontos atrás de Alonso, fez a pole. Hamilton, que segue lutando pelo título não passou de sétimo. O segundo foi grande Japa-Kobayashi, seguido de Maldonado. Dois que não lutam pelo título mas que ajudam Alonso roubando pontos dos outros. Maldonado foi punido após o treino e perdeu 3 posições. O suficiente para Alonso subir para quinto, mas ainda deixou Hamilton em sétimo.

Kimi herdou o terceiro e mesmo que vença amanhã não deve reduzir a diferença de 40 pontos que Alonso tem do segundo colocado no campeonato. Antes quinto e agora quarto, Perez é outro que ajuda roubando pontos.

Os outros que ainda brigam por algo no campeonato ficaram lá atrás. Vettel é décimo, Webber décimo segundo. Entre eles e Alonso, mais um bando de Forces India que não tem nada a perder. É tanta coisa conspirando a favor que a Ferrari nem está preocupada com o fato de Massa não conseguir ajudar o espanhol. E nem precisa, Alonso já tem metade do grid ajudando ele.

Pelo menos no treino, o tri-campeonato deu mais um passo para se tornar realidade.

Bizarros Momentos do Esporte

Essa foi semana passada em Bristol. Sem comentários.

Tony Stewart não recebeu nenhuma punição da Nascar. Na F-1 se o piloto solta um palavrão no rádio perde 20 posições no grid da próxima corrida.


domingo, 26 de agosto de 2012

MotoGP em Brno

Pra quem não acompanhou a MotoGP em Brno, vejam que chegada espetacular - aproveitem enquanto não tiram do ar. Vitória de Pedrosa com Lorenzo na cola, briga até a última curva, literalmente.

Lorenzo lidera o campeonato com 245 pontos seguido de perto por Pedrosa com 232. Casey Stoner estava no bolo até sofrer o acidente em Indianápolis. Ele até correu nos EUA mas passou por uma cirurgia e perdeu a prova em Brno. Com a aposentadoria programada para o final do ano, eu o considero carta fora do baralho. A batalha do título ficará monopolizada entre os dois espanhóis. Parece chato, mas se as últimas 6 corridas forem parecidas com a de hoje, o final do campeonato será incrível.


Quando o que importa é ganhar, não competir

Olimpíadas de Pequim, 16 de Agosto de 2008. Em 21 segundos e 30 centésimos, César Cielo se tornava o primeiro brasileiro a ganhar uma medalha de ouro na natação em jogos olímpicos, na prova dos 50 metros livres. Em segundo e terceiro chegaram dois franceses - Amaury Leveaux e Alain Bernard, que completaram a prova em 21s45 e 21s49 respectivamente. César Cielo é o homem mais rápido do mundo nas piscinas. Vira herói brasileiro.

Olimpiadas de Londres, 03 de Agosto de 2012. Quatro anos após o ouro de Pequim, Cielo cai na piscina para uma nova final dos 50 metros, só que desta vez com um país inteiro nas suas costas, contando com um ouro certo. Bastaram 21 segundos e 59 centésimos (29 centésimos a mais que 2008) para Cielo conquistar sua terceira medalha olímpica, desta vez de bronze. O francês Florent Manadou venceu a prova com 21s34 (4 centésimos a mais que Cielo em 2008) e o americano Cullen Jones pegou a prata com 21s54. César Cielo é agora o terceiro homem mais rápido do mundo nas piscinas. Vira um vilão brasileiro. Amarelou. Decepcionou.

As duas semanas e pouco de Olímpiadas são o momento maior na vida de um atleta que pratica as modalidades oferecidas. São anos e anos de preparo que se resumem em apenas alguns jogos, alguns dias, algumas horas, ou se bobear menos de 1 minuto se o infeliz levar um ippon na primeira luta dele no judô. Pra quem não está lá mas é doido por esportes como eu, é um prato cheio para ficar pulando entre os canais assistindo tudo que era possível. É volei de praia, luta greco-romana, judo, badminton, remo, natação, vale qualquer coisa.

No meio dessa imersão esportiva temos a oportunidade de ver momentos incríveis. São momentos de glória, alegria e surpresa, correndo lado a lado de momentos de tristeza, dor e decepção. Ao mesmo tempo que alguém ganha, alguém vai perder. E como todas as vezes o Brasil se enche de esperança através dos seus principais atletas, mas basta que apenas um dos resultados "garantidos" não aconteça para que a enxurrada de críticas apareça. A pequena biografia olímpica de César Cielo no começo do post é um dos principais exemplos.

Cielo era uma medalha de ouro "garantida". Herói brasileiro!! É o grande campeão!! É nosso herói!! Lá vai ele, caiu na água!! Vai Cielo, detona garoto!!! Vai... vai... vai.... vaaaaaiiiiiii........ terceiro??? Medalha de bronze??? Que bosta... xi, não é mais o mesmo... amarelou né? É, o Cielo já era, que papelão! Bom mesmo é o Arthur Zanetti e a Sarah Menezes, brasileirinhos, campeões olímpicos!! O que? Tinha outro brasileiro na final né?? Um tal de Bruno... ficou só em quarto... putz, que droga, não pegou nem pódio numa prova que ganhamos o ouro há 4 anos... que decepção, vou ver a novela... daqui 4 anos eu vejo natação na TV de novo. Uma medalha de bronze tratada como lixo. Dois brasileiros entre os 4 mais rápidos do mundo. Grande coisa, não ganhamos o ouro... bom mesmo era o Senna, esse sim não decepcionava a gente!!

Sabe qual é o maior problema do esporte brasileiro? Não é a falta de política esportiva. Não é a falta de patrocínio, nem a falta de investimento nas categorias de base. Não é falta de dinheiro, não é falta de recurso material nem de visão de futuro. O maior problema é o povo brasileiro. Um povo que só pensa em ganhar, egoista por natureza e que transforma heróis em vilões num piscar de olhos. O que fizeram com o César Cielo em Londres e que se repete com tantos outros atletas em tantos outros lugares (na F-1 por exemplo) é uma agressão e um desrespeito ao profissional e ao ser humano que não tem política esportiva, investimento ou qualquer outra coisa que resolva. Garanto que 99,9% das pessoas que detonaram atletas como o Cielo, Diego Hipólito e Tiago Camilo, nunca perderam 15 minutos assistindo um campeonato de natação, ginástica ou judô que não fosse Olimpíadas.

Peço desculpas pela provável chatisse deste post mas foi irritante ver o comportamento do povo brasileiro  que não entende nada do assunto detonar pessoas que se dedicam de forma impressionante às suas atividades. Os atletas lutam uma vida inteira para chegar numa Olimpiada. Quem chegou lá, é muito, mas muito bom. É como piloto que chega à F-1. Tem uns melhores que os outros, lógico. Mas todos são excelentes, qualquer um deles está num nível que nenhuma pessoa comum possa imaginar se aproximar algum dia. A diferença entre a vitória e a derrota está em detalhes tão mínimos que julgá-los apenas por resultados é injusto demais.

A grande verdade é que para ser atleta profissional representando o Brasil, tem que ser muito mais do que bom. Porque além de ser o melhor naquela modalidade que ele escolheu, precisa suportar um país inteiro que cobra apenas vitórias, não tolera de forma alguma as derrotas e o pior, não demonstra nenhuma sensibilidade pelo esforço e dedicação. Falta acima de tudo, educação, porque é através da educação que se aprende a ter respeito pela pessoas. O povo brasileiro, em geral, não tem respeito pelo seus atletas.

Repetindo o famoso jargão de Milton Leite, que beleza!!

Pronto, demônios exorcizados. Voltemos aos propósitos deste blog.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Sertões 2012

Vendo o rally de fora, estou até que me divertindo. Sem preocupação, o rally fica muito interessante. E posso dar uns pitacos de um pouco que eu já sofri naquela região. É que o Rally deste ano tem os primeiros dias muito parecidos com os últimos dias do Rally de 2003. É como se fosse na contramão daquela prova.

Eu tenho arrepios só de lembrar do sofrimento que já passei por aqueles cantos. Mas antes, vou falar de umas coisas curiosas da prova. Por exemplo, o prólogo é a primeira parte do rally. Cada piloto larga com intervalos de 1 em 1 minuto (pode ser menos) para percorrer um circuito de uns 4 km. Como é curto, o trecho é todo controlado. E por ser curto, as diferenças de tempo são muito pequenas. As posições de largada são definidas no prólogo, do nono ao último.

Por isso é que você não ganha nada no prólogo, só perde. Se você for muito afoito e errar, pode sair da pista, ser punido em alguns minutos, ou atolar. Como as diferenças são pequenas, você e seu tempo extra vão te fazer largar lá atrás na etapa do dia seguinte. Vai ter que remar muito, ficar na poeira dos carros pangarés, periga pegar a trilha destruída por facão, ou obstruída por atolados. E vai tomando mais tempo na classificação geral. Quem larga na frente pega a pista limpa, sem poeira, com menos chances de dar errado.

Por isso é que no prólogo, o negócio é ir em um ritmo confortável, pra chegar bem. E os oito primeiros do prólogo? Como fazem para definir a sua posição de largada? Vai ser definida no super prime. O super prime é disputado na noite do prólogo, algumas horas depois. E esse sim, é feito em circuito fechado, em duas pistas paralelas, no estilo do Race of Champions. um carro larga de um lado da pista, faz a volta curta, depois troca de lado na reta, e faz a volta longa. O segundo carro larga no outro lado, faz a volta longa depois a curta. O mais rápido avança.

Os pilotos são pareados dois a dois, e pelas chaves do esquema de mata-mata, disputam as quartas, semi e final. É um show pra galera, o circuito é curto, as duas voltas juntas dá uns 1500 metros, e é feito dentro de uma arena fechada, arquibancada em volta. Todo mundo curte. Quem vence o super prime tem o direito de escolher a sua posição de largada, entre primeiro e oitavo. O segundo lugar escolhe as 7 vagas que restam, e assim vai.

O natural é as posições se manterem: o primeiro larga primeiro, o segundo do prime pega a segunda posição, e assim vai. Este ano, os favoritos Stéfane Peterhansel, multicampeão do Dakar, e Guiga Spinelli, multicampeão dos Sertões, se deram mal. Os carros que foram para a final foram as Triton RS de Christian e Marcos Baumgart, os irmãos da equipe Vedacit / Mitsubishi. Aí, na hora de escolher os lugares, Marcos (vencedor do prime) e Christian (vice) pegaram a segunda e terceira posições.
A Triton RS de Marcos Baumgart Kleber Cincea, vencedores do Super Prime
Foto: David Santos Jr. / Webventure


Ué, e porque isso? Para serem mais rápidos no dia seguinte. Agora é que não faz sentido mesmo. Mas explico. Os Baumgart estão na mesma equipe do Spinelli. O Guiga, que se classificou em terceiro no prime, está com o Lancer Rally, um carro de outro mundo. Alguns quilômetros depois da largada, os Baumgart teriam que parar para deixar o Lancer passar. Porque o Lancer iria chegar rapidinho neles, de qualquer jeito. Então Marcos pegou o segundo lugar, Christian o terceiro, e Guiga largou em primeiro. Com pista limpa, sumiu na frente, e as Tritons nem viram poeira. Acabaram dando passagem na largada para não serem atrapalhados depois.

Então vamos para a primeira etapa, entre São Luiz e Barreirinhas, no Maranhão. A especial aconteceu em um lugar muito bonito, perto do parque nacional dos lençóis maranhenses. Foi a última etapa do Rally de 2003. Naquele dia, um piso estranho (explico abaixo) provocou a derrota do Juca Bala nas motos. Perder o Rally no último dia é dose... O Guiga quase também perdeu nessa mesma etapa, e por sorte foi ajudado pelo Ingo Hoffmann, e pelo Sérgio Barata.

Naquela região tem muitas áreas alagadas, uns afloramentos de lençol freático, não sei explicar direito. Só sei que o piso é arenoso, e mina água do chão. Aí, coisa muito estranha, forma uma camada de areia firme em cima de um colchão de água. Quando o primeiro carro passa, normal, parece piso duro. Mas a vibração do carro "quebra" essa casca de areia dura por cima, e afunda. Vão se formando lagoas, e quanto mais passa, mais cava, mais fundo vai ficando. Esse tipo de piso chama "treme-treme", e só vi isso lá em Barreirinhas, e na Estrada do Inferno, na Lagoa dos Patos (RS). E sempre que eu passei (em rallies) por esses lugares, deu problema. Todo mundo atolado. Este ano não foi diferente:

Estrago com os ATVs na primeira etapa, em Barreirinhas (MA)
Foto: Ricardo Cukier/Webventure

O resultado é que a etapa dos caminhões foi cancelada, e a dos carros teve apenas os primeiros 65 km válidos dos 176 programados. Não sei se o treme-treme foi o principal responsável pelo caos, mas com certeza ele foi personagem da história. É difícil identificar o piso traiçoeiro porque quando você passa no levantamento, geralmente está sozinho, e só quando os vários carros do rally passam é que "a casa cai". Esquisitices que só no Sertões pra acontecer...

A segunda etapa, entre Barreirinhas e Bacabal (MA) também é meio conhecida, muita areia (sem treme treme, dunas mesmo) e muito sufoco. Olha só o estado desse carro aí:

Sherpa atolado de verdade. Será que sai daí?
Foto: Theo Ribeiro / Webventure

Ver carros como este acima é normal praqueles lados. Inclusive, o Gustavão tem uma história boa pra contar, sobre como ele acordou o prefeito da cidade pra pegar a chave da garagem da prefeitura. Pra quê a chave? Isso o cara lá conta, porque este post já ficou grande demais...

Não percam a ótima cobertura do Rally dos Sertões no Webventure. Mas o mais legal é a cobertura bem humorada do pessoal que faz a cobertura nos rallies, que tem este blog aqui. Dá pra ter uma ideia das dificuldades e dos bastidores da prova. Não percam!

domingo, 19 de agosto de 2012

História de Meca - Pikezão

Voltando do meu sumiço, mas tô cheio de história pra contar. Espero que consiga postar tudo antes de sumir de novo...

O homem tá fazendo aniversário, ganhou uma corrida da Nascar de presente do filho, então dá para contar uma historinha de meca sobre ele. Nessa história eu vou sair do padrão, vou dar nome aos personagens, porque somente eles poderiam ter feito isso.

Em 2009, fui assistir ao rally da Graciosa, que era etapa do IRC. Numa promoção bem legal, o parque de apoio ficava no autódromo de Curitiba, onde estava acontecendo também a etapa brasileira do WTCC. E numa dessas paradas em Pinhais, acabamos descolando credenciais para acompanhar a corrida de Farfus, Zanardi, Priaulx e cia.

Lá dentro do autódromo, encontrei o Lua. Para quem não sabe, Carlos Cintra Mauro, o Lua, é amigo de Nelson Piquet. Eles meio que foram juntos na aventura de tentar a carreira de piloto na Europa. Dono de uma inteligência impressionante, e uma visão de negócios estilo Bernie Ecclestone, o Lua foi fundamental para o sucesso do Piquet na Inglaterra. O Piquet andava rápido, o Lua limpava as malcriadezas que ele fazia fora da pista e costurava boas oportunidades pra eles.

Tudo isso pra dizer que o Lua é o cara quando o assunto é Nelson Piquet. E quando nos encontramos, eu sempre pergunto (e ele sempre solta) alguma história legal sobre a época.

Em 1978, o campeonato inglês de F3 estava apertado. O Nelson estava na pressão, disputando o campeonato com o Chico Serra e mais alguns, só que com orçamento apertado. Um só chassi, não podia bater nem entortar, não podia testar demais pra  não gastar motor e câmbio, uma pindaíba. Era a época de dormir em kombi, revisar motor pros outros pra conseguir as peças e depois revisar o dele, aquelas histórias que a gente conhece.

Aí, de repente, o Nelson deslanchou no campeonato. Começou a fazer bons resultados, constante no pódio, com inícios de corrida impressionantes. As primeiras voltas eram sempre passando os carros e construindo resultados. E ninguém sabia o segredo. Chegaram a desmontar o carro dele pra saber qual a mutreta, e não acharam nada.

Naquela época, a F3 inglesa, assim como hoje, era preliminar de vários eventos. Como a F2, a F5000, e até a F1. Como é hoje. E os domingos de corrida na Inglaterra são verdadeiros Race Days, corrida o dia todo, a pista não para. Preliminar e menorzinha, s F3 largava logo de manhã, sem direito a warm-up nem nada. Era o primeiro evento do dia e mal tinha volta de apresentação.

- Sim, Lua, mas o que largar no frio tem a ver com a virada do Piquet até ser campeão?

- É que no meio do ano, mais ou menos, o Nelson descobriu uma coisa. Ele acordava na kombi, tirava o aquecedor do carro-oficina e colocava no carro. Fazia um envelope de lona, o aquecedor dentro. Deixava lá, e ia pro briefing da corrida. Quando ia pra pista, o carro já estava no ponto; pneus quentes, óleo dos amortecedores quentes, o carro a ponto de bala (o motor todo mundo esquentava). Isso fazia uma diferença enorme nas primeiras voltas, porque os outros carros demoravam umas 4 voltas pra ficarem mais macios e virarem rápido!

- Poxa, só o Piquet mesmo pra pensar em aquecer o carro antes das corridas e ter uma vantagem dessas... Um gênio!

- Gênio!? Gênio nada! Era um folgado mesmo. Ele começou com essa história de esquentar o carro porque ele não aguentava sair da sala de briefing e entrar dentro do carro gelado. Começou como uma maneira dele não passar frio, depois é que ele viu que vinha tempo, o carro mais na mão e tudo mais. A partir daí é que ele viu que tinha vantagem e foram pesquisar esse negócio de esquentar peça, pneu, e o escambau antes das corridas.

Nelson foi, sem dúvida, um gênio dos jeitinhos pra ganhar tempo na sua época. Mas nem todos foram propositais. Alguns foram de preguiça mesmo!

sábado, 18 de agosto de 2012

domingo, 29 de julho de 2012

FORMULA 1 ENI MAGYAR NAGYDÍJ 2012

Bonito o nome oficial do GP da Hungria né?

Essa corrida foi um prato cheio para os chatos de plantão - que corrida chata vão dizer. E realmente não foi das mais emocionantes, como sempre ocorre em Budapeste se não tivermos quebras, batidas ou chuva.

Mesmo assim, foi uma prova forte em que ninguém disparou, ao contrário do aparentava no sábado. Hamilton ganhou praticamente de ponta a ponta como se esperava, mas teve sempre uma Lotus muito perto pressionando. Fosse Kimi um brasileiro, nosso estridente locutor diria que ninguém merecia mais a vitória do que ele.

Mas por uma perspectiva mais ampla, Alonso foi o grande vitorioso. A liderança no campeonato aumentou e falta uma corrida a menos para o final da temporada. Restando 9 etapas, a diferença do espanhol para o segundo colocado que é Webber chegou a 40 pontos. Isso significa que ele pode perder um pouco mais de 4 pontos por corrida que vai ser campeão. Se pensar que a média de pontos de Alonso nas primeiras 10 corridas foi de mais ou menos 16 e Webber, alguma coisa na casa de 12, já dá pra perceber que do ponto de vista da estatística, Alonso está com um sorrisão bem aberto.

Mas a mesma estatística que deixa Alonso super contente, pode mudar drasticamente já na próxima corrida. Não precisa mais do que um abandono de Alonso com vitória de Webber, Hamilton ou Vettel para embolar tudo novamente. O segredo de Alonso está na consistência. É pela quebra dessa consistência que precisamos torcer para ter um final de temporada empolgante. Se isso não ocorrer, as provas serão emocionantes sim, mas Alonso vai cozinhar as coisas em banho-maria e o campeão será conhecido antes do GP Brasil.

Sobre os brasileiros, um final de semana mediano, principalmente pelos resultados. Senna largou bem, andou bem e não errou. Foi o primeiro intruso no grupo das grandes e deixou uma Red Bull e uma Ferrari para trás. Mas continua devendo muito. Massa até largou bem, mas depois da primeira curva caiu para nono e lá ficou. Parece que desanimou quando percebeu que andou para trás na largada. O ritmo foi bom porque chegou apenas 12 segundos de Alonso. Mas continua devendo muito, muito mesmo.

E agora chegou as férias de verão da F-1. Um longo mês sem corridas e de ciclismo para o CT! Sorte a nossa que temos as Olimpíadas para matar o tempo. Ah sim, e tem Nascar também Bola!

quinta-feira, 26 de julho de 2012

domingo, 15 de julho de 2012

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Don Juan alemão

O vídeo e a notícia estão no www.ig.com.br

A dupla de repórteres da BBC David Coulthard e Lee Mckenzie (a Mariana Becker deles), perguntam a Vettel sobre a tradicional festa da Red Bull em Silverstone (vou acreditar que é tradicional porque nunca fui nem ouvi falar...). Quando os repórteres confirmam presença, Vettel manda um xaveco furado pra cima da garota... olha a cara de sem vergonha e tarado do moleque!!

Depois dos "chifrinhos" em Raikkonen no pódio de alguma das corridas ai atrás, Vettel strikes again!!

Final de semana da Caterham F1

O final de semana da Caterham foi de altos e baixos. Na segunda-feira passada tínhamos planejado um teste de aerodinâmica para avaliação do novo pacote porém acabou sendo cancelado por causa da chuva. Com isso fomos para plano B com o objetivo de testar a nova configuração na sexta-feira em Silverstone, porém esta avaliação foi afetada pela chuva. Mesmo assim muitas medidas foram feitas e os dados, combinados com o feedback dos pilotos e ajustes necessários para equilibrar o carro, confirmaram que o novo pacote estava funcionando.
A sessão de treinos livres de sábado foi no seco pela primeira vez no final de semana e ambos os pilotos tiveram dificuldades em aquecer os pneus dianteiros, problema que foi agravado pela melhora na traseira. Em um típico final de semana sem chuva, os três treinos livres provavelmente seriam suficientes para um melhor entendimento do setup para corrigir o problema. A qualificação foi um desastre, pneus errados na hora errada com e com temperatura errada.
Na corrida o Petrov teve uma “falha catastrófica” do motor na volta de alinhamento para o grid, logo em frente de onde eu estava. Desde que comecei na Caterham eu tenho um sentimento novo, a cada vez que vejo uma bandeira amarela ou algum incidente eu penso “tomara que não seja uma Caterham”. Dessa vez vi a fumaça e estremeci, logo apareceu o carro lento e parou bem na minha frente. Fomos só com o Heikki para a prova e na curva 5 durante a primeira volta ele teve um choque um tanto violento com o Verne (não mostrado pela TV) que levantou o carro e na queda danificou o assoalho. A falta de ritmo na corrida era evidente, porém o problema só foi diagnosticado ao fim da prova e a análise de dados mostrou uma perda súbita de downforce entre o início e fim da primeira volta, perda estimada em 1s por volta.
Este é o resumo da história, o final de semana foi muito frustrante e o clima estava pesado hoje cedo por aqui. O foco agora está voltado para uma nova tentativa do teste de aerodinâmica em Kemble na sexta-feira e em tirar o máximo do carro na próxima corrida na Alemanha (que levará mais algumas atualizações). Abaixo um vídeo muito legal que o Gary Anderson (BBC) gravou com a Caterham F1 durante o final de semana, com o famoso John Iley explicando as atualizações.

Outra vitória de Razia e a liderança do campeonato

Vou escrever mais sobre o difícil final de semana da Caterham no meu blog. O Rafa já falou da F1 e não quero deixar passar a vitória animal do Razia na segunda corrida da GP2.
A qualificação da GP2 foi bem complicada e com a pista mudando muito. Os pilotos tinham andado muito pouco na pista e o Razia acabou conseguindo uma posição razoável no grid, enquanto o seu principal adversário Valsecchi foi penalizado por fazer um trecho rápido em bandeira amarela. Nasr recebeu a mesma penalização e largou lá trás.
A primeira corrida foi também bem complicada e com o nível de aderência variando muito. Razia fez uma corrida conservadora e terminou em quinto, enquanto Nasr e Valsecchi fizeram uma ótima corrida e terminaram em sexto e sétimo respectivamente.
A segunda corrida aconteceu com grid invertido e significou Razia largando em quarto e atrás de Valsecchi e Nasr. Ele fez as duas primeiras voltas de maneira espetacular, especialmente considerando que a pista não estava totalmente seca e o nível de aderência fora do traçado era menor. Ultrapassou todos os três na sua frente e assumiu a liderança da prova, foi atacado por algumas voltas por Nasr e depois por Valsecchi mas então impôs um ritmo mais forte e abriu novamente.
O vídeo abaixo mostra as ultrapassagens nas primeiras voltas e por último a tentativa de ultrapassagem frustrada de Nasr. Razia é agora o líder do campeonato da GP2!

domingo, 8 de julho de 2012

O piriri, a falta de testes e o caminhão


Fiquei semanas sem escrever no blog e no final de semana do GP de Valência além da corrida incrível de Alonso, uma notícia quase sem importância me chamou a atenção. Timo Glock estava com indisposição estomacal (nome bonito para piriri) e não participou da corrida. O piloto reserva da Marussia era Maria de Villota, espanhola, 32 anos. É o tipo de situação que todo reserva espera, uma chance de mostrar serviço.

Mas Maria de Villota não foi autorizada a participar da corrida, pelo simples fato de que ela nunca tinha andado com o carro da Marussia. Ela já havia andado de F-1 pela equipe Lotus, mas nunca pela equipe da qual era piloto de testes oficial. A Marussia não alinhou o carro de Glock no grid do GP de Valência.

Isso mostra como a falta de testes causa um problemão para quem está chegando na categoria. O cidadão é contratado como piloto de testes mas não pode testar. É contratado como piloto reserva mas não pode entrar na corrida porque não conhece o equipamento. Situação difícil, a FIA deveria repensar essa questão, caso contrário sempre teremos jovens com pouquíssimo tempo de pista participando de corridas e deixando todos os outros com a pulga atrás da orelha.

 O texto acima nada tem a ver com o fato de Maria ter sofrido um acidente terrível nesta semana, durante os testes aerodinâmicos da equipe. O acidente entra na categoria dos mais bizarros que já vi porque ela bateu num caminhão parado ao lado da tenda da equipe. O estado dela é grave mas pelas notícias deve se recuperar tendo a perda do olho direito como principal sequela. A carreira na F-1 terminou, no automobilismo não sei, depois dos milagres de Massa, Nanini, Zanardi, etc, não arrisco nada. Boa sorte para ela.

E que as regras mudem. As limitações para testes em pista parecem exageradas. E meu ponto é segurança, não performance.

Dá-lhe Webber!

Tenho que admitir... vibrei com a ultrapassagem de Webber sobre Alonso! Boa Canguru!! Vitória da estratégia e de um piloto constante durante toda a prova. No início Alonso manteve a liderança com tranquilidade usando pneus duros e parecia que levaria a corrida sem problemas. E isso quase aconteceu, visto que chegou em segundo lugar e Vettel por exemplo não conseguiu chegar, usando a mesma estratégia de Webber. O que a Ferrari talvez não acreditasse é que Webber aguentaria o ritmo forte nas 52 voltas conservando os pneus para dar o bote na hora certa. Vitória bonita, corrida bonita, campeonato bonito.

Massa fez uma prova muito boa. Poderia chegar no pódio porque teve ritmo para isso, mas a perda da posição para Vettel no primeiro pit stop enterrou suas chances. Méritos para a Red Bull. Na pista Massa andou da forma que todos esperam e apesar de chegar em quarto lugar, ficou a menos de 10 segundos do vencedor. Brigou bem com Vettel no começo, brigou bem com Raikkonen no final. Parece a velha sina do brasileiro - sempre começa mal o ano e se recupera na metade final da temporada. Massa voltou a andar de forma decente e parece ter empurrado toda a zica para Button. Do jeito que vai, o tão criticado Massa ainda termina o campeonato na frente do inglês.

E a nossa querida Caterham não fez uma boa prova. Petrov nem largou e o Kova não teve um ritmo que permitisse chegar perto das equipes médias. Mas vamos esperar os comentários do nosso enviado especial CT contando aquilo que só ele viu! Será que ele viu o Burti?? Vai CT!




quarta-feira, 4 de julho de 2012

Um ano por segundo

Repost do autoblog, não serve pra nada mas ficou bonito...


Evolution of the F1 Car from Ruf Blacklock on Vimeo.

domingo, 1 de julho de 2012

Pneus e "peaky cars"

A temporada de 2012 da F1 está indiscutivelmente muito equilibrada e em algumas situações parecendo um pouco de loteria. A restrição do posicionamento dos escapamentos e dos mapas de injeção é na minha opinião responsável por parte deste equilíbrio, já que reduziu a vantagem das equipes de grande orçamento sobre as equipes menores.
Os sistemas de 2011 produziam um regime de escoamento muito instável, complexo e difícil de ser modelado com as ferramentas disponíveis atualmente, e a capacidade que as equipes grandes têm de investir e alocar recursos para entender o sistema gerou uma diferença grande para as equipes menores.
O segundo e provavelmente principal motivo do equilíbrio de 2012 são os pneus. Os pneus atuais possuem uma janela de operação muito pequena, o que em outras palavras significa que uma temperatura de pneus um pouco abaixo do ideal significa uma redução significativa de aderência, e uma temperatura um pouco acima do ideal significa superaquecimento e desgaste excessivo (como explicado pelo Gonzo em seus posts telecurso).
Por mais que as equipes entendam muito bem como aquecer ou conservar os pneus, a temperatura ambiente e da pista são variáveis que não podem ser controladas e frequentemente vemos equipes andando fortes no treino livre de sábado pela manhã e que ficam para trás na qualificação à tarde porque a temperatura mudou e o carro saiu do ponto ótimo.
Para complicar mais a situação, as equipes têm dificuldade em aquecer os pneus dianteiros até a janela de operação e têm dificuldade em manter os pneus traseiros abaixo da temperatura limite. Com isso muito desenvolvimento está acontecendo dentro das rodas e arrefecimento dos freios. Na dianteira existe uma tendência em operar os freios na temperatura máxima possível, bem próximo de oxidação, e com designs que tentam transmitir a temperatura para as rodas/pneus. Na traseira a situação é oposta, os freios são operados mais frios e existem designs para isolar a roda/pneus da temperatura do disco.
O interessante desta situação é que parece que a performance no estilo "bloody peaky cars" atingiu um limite e no momento está impossível controlar todas as variáveis para manter o carro operando no pico de performance. A Lotus é na minha opinião a equipe que tem o carro menos peaky de todos, o carro é consistente e se mantêm na frente em quase todas as corridas, apesar de quase nunca ter performance suficiente para vencer a corrida. O conjunto Ferrari + Alonso é um outro exemplo de consistência. Alonso é famoso por sua habilidade em lidar com os pneus, tinha a sua técnica agressiva de aquecer os pneus na época da Renault e atualmente é claramente mais consistente do que o Massa no uso dos pneus durante a corrida.
As corridas de 2012 definitivamente têm um estilo diferente do que tinham em 2011, talvez com um pouco de loteria, mas na minha opinião não menos interessantes.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Mais uma prova de rua?

Todo mundo ja viu no Flavio Gomes, mas vale o registro!

http://www.lgp2012.com/

Isso sim, e não aquele monte de corrida em autódromos vazios, horários esdrúxulos sem nenhuma tradição! Mas acho que é só um comercial stunt

terça-feira, 26 de junho de 2012

Vitória de Razia!

Na minha opinião o momento mais importante do final de semana para o automobilismo brasileiro foi a vitória do Razia na segunda corrida da GP2. Razia está ali na entrada da F1 já há um tempo, no começo desse ano quase desistiu de continuar buscando a F1 mas conseguiu virar o jogo a assinou com a Arden, equipe do Christian Horner. Está tendo um ano excelente e está vivendo uma ótima fase, marcou 36 pontos nas últimas 4 etapas contra apenas 12 de Velsecchi (atual líder do campeonato).
A vitória de Razia na segunda etapa aconteceu após uma ultrapassagem dupla na última volta e o coloca a apenas 1 ponto de Velsecchi e 45 pontos na frente de Calado (terceiro colocado). Uma das principais características da GP2 é o gerenciamento do use dos pneus ao longo do final de semana e em especial na corrida e pelo vídeo abaixo pode-se ver que Razia tinha pneus muito melhores no final da corrida. Gerenciamento de desgaste de pneus é a atual realidade da F1 também, o que faz de Razia um ótimo candidato para uma vaga em 2013!
O vídeo abaixo mostra as voltas finais da prova e a ultrapassagem acontece a partir de 6´15”: