A volta de Schumacher

Senna foi meu ídolo de criança. Ele era o cara determinado para conseguir o que queria, o cara que colocava o coração na forma de pilotar, que não aceitava ser segundo piloto nunca. Era o cara que respirava duas vezes apenas nas suas voltas de pole-position, que intimidava os adversários abrindo vantagem logo no começo da prova, que mesmo com equipamento inferior fazia voltas fantásticas em determinados momentos da corrida para desencorajar o seu adversário a andar mais rápido e tirar a vantagem.

Schumacher é meu ídolo de adulto. Em uma época em que muita gente achou a F1 chata por ter sempre o mesmo vencedor, eu aprendi a gostar de ver as entrelinhas da competição. Gostava de ver o Schumy sendo o mais próximo de perfeito em todos os momentos da corrida. Ele era o cara que treinava entrada e saída de box em todas as suas entradas/saídas desde sexta, que fazia sua equipe de mecânicos treinar forte os reabastecimentos, que mantinha um ritmo constante durante a corrida e, se solicitado, fazia 20 voltas em ritmo de qualificação. Era o cara obcecado pela perfeição e que fazia todos a sua volta trabalharem no mesmo nível.

Não existe comparação entre os dois estilos, ambos tiveram sucesso do seu jeito e em épocas diferentes. Na Formula 1 de hoje, eu vejo pilotos como Hamilton e Massa mais próximos do que foi Senna, pilotam com garra. E vejo o Alonso como o mais próximo do Schumacher (e acho que muito próximo).

Gostaria que não fosse nesta situação com o Massa no hospital, mas vai ser muito bom ver o Schumacher novamente. Não acho que ele estará no seu melhor nível físico e acho que ele vai demorar um pouco para se entender o carro, mas com certeza não fará feio. Deixo uma sugestão para todos os Zé Ruela: na próxima corrida liguem o computador no Live Timing do site F1.com e acompanhem os tempos de volta de 4 ou 5 pilotos durante toda a corrida. Minha sugestão é que acompanhem Schumacher, Alonso, Hamilton, Button e Barrichello.

É muito legal acompanhar os diversos momentos da prova: desempenho após largada, antes dos pitstops, com pneu mole/duro, após um tempo tentando ultrapassar outro piloto, etc. Dá pra confirmar que vencer corridas não significa só largar bem e ter uma boa estratégia, precisa também de ritmo forte o tempo todo. E nisso Schumacher foi o melhor.

Fechando o domingo...

Montoya liderou 90% da prova em Indianápolis e no último pitstop passou do limite de velocidade, tomou um drive thru e dançou. Melhor para Jimmie Johnson. Corrida com poucas bandeiras amarelas, poucas papagaiadas americanóides... foi uma corrida atípica da Nascar. Eu achei bem legal.

Outra que deixou os americanos de saco cheio foi a Indy, em Edmonton no Canada. Vitoria de Will Power, com Helio em segundo. Teve apenas uma bandeira amarela, na última volta, parecia até Formula 1. Destaque para o Tony Kanaan que levou um banho de combustível durante os pits e saiu em chamas do carro... e mesmo assim não deram bandeira amarela.

No mais o domingo ainda teve a primeira vitória de Dovizioso na MotoGP, o time de vôlei do Brasil ganhando a Liga Mundial contra a Sérvia, na casa deles, por 3 sets a 2... e o meu Palmeiras arrasando o Corinthians por 3 golaços a zero!! E vamos dormir.

Sim, a Carol ficou de plantão o dia todo....

Agora eu quero ver

Nada vi sobre o GP da Hungria de F1, estava feliz da vida no Workshop do FSAE. Um sucesso total, não poderia ser melhor. Apenas li algumas notícias da F1. Mas uma coisa me deixou louco, puto da vida mesmo, que foi a suspensão da Renault por uma corrida por soltar o Alonso deliberadamente em condição perigosa???

Bom, vamos a política da FIA. O grande mérito de Mosley foi ter quebrado o sistema de pesos para os votos das federações na eleição de presidente. O voto da Inglaterra tem o mesmo peso que o voto das Ilhas Maurício, ou Guiné Bissau.

Aí, SE o presidente da FIA chega para o presidente da Federação de Bahamas, e fala assim: "Vota em mim na reunião do Conselho Mundial que eu te coloco como Comissário Desportivo da F1! Assim você pode levar o que aprendeu para seu país." O que você faria?

Bom, isso pode explicar porque os comissários deste domingo eram representantes da Hungria (tem que ter um local), um representante de rally da Nova Zelândia, e um representante de rally dos Emirados Árabes Unidos (!?) Não questiono a qualidade e o conhecimento de cada um deles sobre automobilismo, pode até ser maior que o meu.

Mas gente do rally achar que a Renault foi omissa... Nossa, no Rally acontecem inúmeros problemas de carro saindo do apoio com o freio sem fluido, com o câmbio solto e pode cair no chão, um monte de coisa. E a Renault sabia e não fez nada? Tá bom, eu tenho chance de uma boa colocação, tenho uma falha, e não faço nada? Entre o mecânico perceber que a pistola não acusou o torque na roda, comunicar isso ao engenheiro, e o engenheiro tomar conhecimento do problema, absorvê-lo, e conseguir comunicar Alonso, que já sentiu alguma coisa, se vão alguns segundos. Que podem ser interpretados como omissão.

Os fatos infelizes ocorridos nos últimos dias, causados por peças soltas na pista, provavelmente pesaram na decisão destes comissários. Mas é exatamente isto que não pode acontecer. O comissário desportivo tem que ser frio, não pode se deixar levar pela emoção do campeonato ou do momento.

E a FIA erra, e muito, em escolher comissários que não tenham a capacidade de avaliarem o momento. Fórmula 1 não é lugar pra treinar comissário técnico. Quer aprender? Que seja como Diretor de Prova adjunto, ou algo assim.

A Renault, claro, apelou. Quem decide agora é o Tribunal de Apelações. E agora eu quero ver se o tribunal vai limpar a besteira, ou mantê-la. O que eu acho? Vai pra sursis. A Renault fica sob obervação e se cometer outra besteira até o final do ano, toma a suspensão. Esta seria uma maneira política de jogar a besteira pra baixo do tapete.

Besteiras que os comissários vêm fazendo há tempos. Pra citar algumas: Monza 2007, Bélgica 2008, Austrália 2009.

Curtas:

- Abandonos! Carros ainda quebram!
- A idéia do Kers era tão boa como a dos pneus sulcados, até com apelo ambiental, mas não colou.
- Um pontinho positivo para os comissários, que não puniram ninguém depois da largada.
- Button só consegue ser rápido com carro bom?
- O GP Brasil, quem diria, pode decidir o título do mundial 2009.
- Tchau, Nelson Angelo. Mas antes, dando uma entrevista já no grid, uma patada com pedigree Piquet: "Nelsinho, ontem foi seu aniversário. Como foi comemorar a data com esta classificação, Massa, etc.?"."Já passei da idade para comemorar aniversário. Para mim, é um dia como outro qualquer. " Iaaaaauuuuu!!!
- Uma felicidade imensa a realização do I Workshop Fórmula SAE Brasil. Agradeço a todos os envolvidos, foi bom demais. Valeu!

Pensamentos sobre a Hungria

Aproveito uma das bandeiras amarelas da corrida da Nascar em Indianapolis para comentar o GP da Hungria. E se sobrar um tempo, ainda falamos sobre as outras categorias.

Para um GP da Hungria sem chuva, até que a prova não foi das piores. Tivemos algumas brigas boas, principalmente no retorno dos pits. A Red Bull tem o carro mais rápido e vem crescendo na hora que interessa, ao contrário da Brawn que parece ter perdido a mão. Daqui pra frente vai ficar interessante porque além da briga entre eles, McLaren e Ferrari estão chegando.

Depois da largada fiquei pensando... no começo do ano todo mundo falava que o KERS seria uma ajuda para ultrapassagens, mas o que vimos até agora é um dispositivo que funciona como uma catapulta na hora da largada e ajuda principalmente a evitar que o carro com KERS seja ultrapassado. Na largada McLaren e Ferrari parecem competir com carros da GP2, fica até perigoso. É mais uma idéia que não saiu como planejado.

Hamilton ganhou fácil porque as Red Bull ficaram para trás. Vettel já na largada e Webber quando perdeu a posição para Kimi nos pits. Dai pra frente ele sobrou. O Kova pra variar, andou pra trás. Kimi não fez nada de espetacular, mas o carro se mostrou bem e a Ferrari deve lutar por vitórias no final do ano. Rosberg andou bem, tá ficando especialista em Adrian Fernandez.

Mas quem ganha um destaque especial é a Renault. Alonso deu azar com a história do pneu e fiquei indignado ao saber que a equipe tomou uma corrida de suspensão por devolver um carro em situação de perigo. Obviamente uma reação da FIA a mais um pneu voando pela pista no dia seguinte ao acidente do Massa. Na minha opinião, uma suspensão ridícula. A decisão dos comissários não está sendo técnica, mas política em função dos recentes acontecimentos. Será que a Benetton seria suspensa nos dias atuais por tacar fogo no Versttapen em pleno reabastecimento? Ou a Ferrari por devolver o Massa à pista com a mangueira de combustível? Exagero né?? Ah, e faltou comentar a melhor... depois do picolé do Kimi, entra para a lista das melhores cenas do ano o Briatore indo embora no meio da corrida! Cagou geral para o Nelsinho!! Pelo jeito o highlander Barrichello será o único brasileiro no grid de Valência.

Quando o ainda mais improvável acontece

Dois posts abaixo comentei sobre a morte de Henry Surtess na F-2, vítima de um pneu desgovernado que por obra do acaso acertou exatamente a cabeça do piloto. Considerei aquilo uma fatalidade, acidente dos mais improváveis, mas que podem acontecer em uma corrida de carros. Coisas que podemos pensar... outra dessa nunca mais. Mas não é que apenas uma semana depois acontece uma situação ainda mais improvável?

Hungaroring, uma das pistas mais lentas da F-1. Uma mola se soltou do carro de Rubens Barrichello logo após a curva três e foi quicando até Massa atingi-lo uns 200 a 300 metros adiante. A tal mola deve ter uns 300mm de altura por uns 100mm de largura. Só tem uma coisa pra dizer... vai ser cagado assim em Plutão!!

Da mesma forma que podemos chamar a situação de azar, temos que olhar a sorte que Massa teve. O detrito atingiu o capacete logo acima da viseira. Não sei o quanto a viseira aguentaria um impacto direto, mas o capacete aguentou bem o tranco. Deve ter muito engenheiro orgulhoso pelo trabalho deles. Sem dúvida nenhuma, se Massa sair dessa só com uns ossos quebrados e um olho bem roxo, o mérito é 100% da tecnologia de projeto e fabricação destes capacetes. Vai ser o maior troféu da vida do Felipe.

40 Anos do Homem na Lua

Sempre fui fanático por essas coisas espaciais e o culpado disso foi o famoso Tio Flávio, que antes de se tornar o carrasco e sanguinário Prof. Flávio, foi presidente do CAJ - Clube de Astronomia de Jau. Foi com ele que aprendi a gostar de foguetes, ônibus espaciais, planetas, etc. Foi com ele que aprendi o que era Sputnik, Programa Apollo, Space Shuttle e assisti pela primeira vez "Os Eleitos". Bom, o resta da história vai em algumas fotos ai embaixo.

Hoje faz 40 anos que o homem chegou na Lua. Pra começar, chegou mesmo. Essa turma que não acredita é a mesma que fala que Elvis não morreu. Tenho certeza que chegou porque sei que é possível, é pura aplicação das leis da física. Aliás, só não vamos constantemente pra lá porque não tem motivo.

A coisa que mais me impressiona é a tecnologia que os caras tinham quando foram pra lá. Hoje qualquer calculadora HP tem muito mais memória que os computadores mais avançados da época. Vendo as coisas daquela época - roupas, computadores, peças, tudo parece muito arcaico, e por isso admiro demais o que os caras fizeram.

Bom, documentários e filmes sobre o Programa Apollo é o que não faltam, então seria perda de tempo falar mais sobre isso. Abaixo eu coloco algumas fotos interessantes que tirei nessas visitas malucas ao mundo espacial. A primeira é o Saturn V em Houston, foguete lançador do Programa Apollo, a segunda é o Sr. Houston (essa poucos vão entender...), o migué da pedra da Lua que podemos passar a mão (também em Houston) e o módulo da Apollo 15.

Fatos de um 20 de Julho...

Hoje pela manhã fiquei pensando em algum tema para um post no blog. Comecei a anotar alguns fatos e de repente percebi a quantidade de coisas que haviam acontecido entre ontem e hoje no mundo automobilístico.

Começamos com a confirmação de que o espanhol Jaime Alguersuari substitui Sebastian Bourdais na Toro Rosso. Quem?? Pois é, nunca ouvi falar, mas já entra na F-1 anotando o recorde de piloto mais jovem a participar da categoria máxima. Se Bourdais não conseguiu muita coisa, não esperem muito do Jaime. Vejo nos jornais que nunca pilotou um F-1, nenhuma volta sequer. Com as limitações de testes, vai andar muito pouco. Me parece mais um tapa buraco pra se livrar do Bourdais que nunca fez muita coisa e atualmente só reclamava da equipe. Destino semelhante terá Piquezinho. A diferença entre Bourdais e Piquet é que um deles tem um pai tri-campeão do mundo e um troféu de segundo lugar que caiu no colo, salvando o restante da temporada de 2008. Fora isso ambos não tiveram brilho em suas carreiras na F-1. A situação de Piquet é parecida com aquele técnico de futebol que está na corda bamba, já azedou, alguma hora cai. E convenhamos, Nelsinho não deu qualquer motivo para que fique na equipe, qualquer motivo para que os mecânicos passem a noite em claro arrumando o carro.

Passando para a F2. Não lembro quem me disse uma vez uma frase interessante sobre automobilismo: "não temos que lamentar quando morre algum piloto, qualquer pessoa que opta por uma profissão onde é preciso usar capacete sabe dos riscos que corre". Os monopostos atuais são fantásticos, incrivelmente resistentes, taí o Kubica correndo que não nos deixa mentir. Somamos ainda capacete e o HANS, proteção extra à cabeça e coluna. O que falhou então para que logo no início da temporada a F2 visse um garoto de 18 anos morrer em plena corrida? Sinceramente, não consigo achar resposta. Henry Surtess foi vítima em um acidente dos mais improváveis, quase bisonho. As coincidências para que o pneu acertasse exatamente a cabeça do piloto foram muitas, parece coisa de destino, sei lá, aquelas coisas de que chegou o dia dele. Este acidente deve trazer novas discussões e melhorias na segurança, mas enquanto houver corridas, tragédias como essa podem acontecer e há pouco a se fazer. E isso ficou claro na declaração do pai, John Surtess, do qual sei muito pouco além do óbvio que foi o único campeão de F-1 e Motovelocidade da história. Sereno, declarou que o mais importante é que Henry havia sido um bom filho e gostava do que fazia. Nenhuma acusação, nenhum arrependimento, nenhuma mágoa, para mim a maior prova de que quem sobe em um carro de corrida sabe dos riscos que corre.

Passando a mais do mesmo - Rossi. O cara é infernal. Ganhou mais uma, ultrapassando Pedrosa nas últimas curvas... parece de propósito, não basta ganhar, tem que humilhar. A diferença entre os dois na chegada foi menos de 1 décimo... e o décimo é sempre a favor do italiano.

Finalmente, Castro Neves. De passagem pelo Brasil, foi conversar com Lula e o molusco confirmou que a Indy 2010 começa no Brasil. Acho que senti um pouco mais de firmeza no presidente do que as balelas do Luciano do Vale. Pelo menos as cidades candidatas não incluem Recife, o que é uma grande vantagem. É ver pra crer, e se vier, vou ver.

A parte final ficará em outro post. Hoje completam 40 anos da chegada do homem à Lua. Como a Lua tem papel de destaque neste site, ganhará uma homenagem especial.

Novos editores!!

Após longa discussão entre os atuais redatores deste blog, resolvemos expandir nossos horizontes, buscando mais qualidade, mais postagens e principalmente... mais leitores. Os nossos assíduos leitores, Munck, Margot e Gustavão, três grandes representantes da turma do Curva Menos 1 Mãozinha na Grade, estão convidados a participar ativamente deste blog. Enviem seus e-mails para que eu possa incluí-los como editores!!

Apesar de nunca ter feito parte da turma da Curva Menos 1, convocamos também o nosso correspondente internacional na área de motores, André Cobra para se juntar ao time de redatores! Manda o e-mail Cobrets!!

Assim o time agora tem: Rafa, Gonzo, CT, Bola (que nunca escreveu...), Munck, Gustavão, Margolino e Cobra!

Resposta da pergunta da semana e entrega dos prêmio!!

Semanas atrás rolou a segunda pergunta da semana, quantas milhas de fiação elétrica estão instaladas no estádio do Houston Texans?? Com uma resposta pra lá de genérica (mais de 1.000 milhas...), novamente o Cobra ganhou... a resposta correta são 1.500 milhas. Mas convenhamos, com essa resposta não merece o prêmio...

E pra mostrar que esse blog cumpre o que promete, o prêmio que o Cobra ganhou na primeira pergunta foi enviado através da Thais... esperamos algumas fotos da cerimônia de entrega...

Colocando a casa em dia

Faz tempo que não tinha chance de colocar um post por aqui. Hoje com a patroa de plantão e aproveitando as polêmicas do final de semana, resolvi fazer uma reflexão sobre tudo que li na imprensa brasileira. O que escreveria sobre o GP da Alemanha se fosse comentarista da F-1 em um país sem pilotos na F-1? Seria algo assim:

"Red Bull assusta concorrência e Webber vence primeira corrida na carreira

Webber venceu com extrema facilidade, ainda que tenha sofrido uma punição no início da prova. Não tivesse perdido a primeira colocação para o Barrichello na largada (que estava para 3 paradas), Webber teria desaparecido (estava para duas paradas). Se arrependimento matasse, Vettel teria feito um treino de classificação com menos combustível para largar na primeira fila. Não conseguiu e ficou preso no trânsito boa parte da prova. Era o único que poderia incomodar o Webber.

Massa em terceiro comprova a melhora da Ferrari e tem se mostrado mais constante que Raikkonen. Pelo andar da carroagem Massa e Raikkonen devem se firmar como os primeiros do resto, roubando alguns pontos de Red Bull e Brawn.

Brawn que por sinal mostra que vai perdendo terreno aos poucos. Só largou na primeira fila com Barrichello porque estava bem leve. Button fez uma corrida apática que se salvou pela ultrapassagem sobre Massa no início da prova, senão talvez nem chegasse aos pontos. Barrichello andou para trás mostrando que a estratégia de 3 paradas era suicida. Ao voltar dos boxes atrás de Massa, ficou preso. Ao perder tempo nos pits por conta do erro no reabastecimento, caiu mais ainda ficando à frente de Button. Com o domínio das Red Bull e a queda da Brawn a inversão de posições entre Barrica e Button era a manobra óbvia.

Kovalainen e Hamilton assustaram na largada, mas durou pouco. O atual campeão teve um pneu furado e foi pro fundão. O Kova fez o normal, foi mero coadjuvante. A McLaren merece um piloto mais competente ao lado do Hamilton, assim como tambem merecem companheiros mais competentes Alonso, Buemi e Sutil. Na Mclaren aposto em Rosberg, que começa a guardar um pouco de velocidade na sexta-feira pra gastar no domingo. Fez um ótima prova.

Passada a primeira metade do campeonato, passou o susto com as Brawn, e elas começam a perder terreno. A Red Bull já está na frente e ainda acredito que a Ferrari vai chegar lá. Se a Brawn quer ver Button campeão, é bom colocar todas as fichas nele".

Seria tão bom se a imprensa brasileira cobrisse a F-1 desse jeito... Sem ufanismo com o Massa, sem os pitis do Rubinho, sem perder tempo com o Nelsinho...

Comentários GP da Alemanha

Vitória inquestionável de Weber. Sobrou do começo ao fim, foi rápido e consistente quando era necessário e mereceu o domínio que teve. Weber sempre foi famoso por ser rápido porém com problemas de não ser consistente em corridas, famoso leão de treino. Parece que o fato de ter Vettel como companheiro de equipe está fazendo muito bem para Weber, assim como acho que Raikkonen fez bem ao Massa em 2007 e 2008.

Massa também fez uma corrida excelente. Não conseguia ser muito rápido, mas conseguiu manter o ritmo mais rápido que podia o tempo todo e mereceu o pódium. O esquema da Ferrari é colocar seus carros lá na frente na qualificação, pois na largada o Kers ajuda a ganhar algumas posições e durante a corrida ajuda muito a manter.

Barrichello, no seu melhor estilo, foi para trás sem saber como. Fez uma ótima largada e primeiro stint. Aí a Brawn cometeu o primeiro erro e colocou-o atrás de Massa após o pit (para mim ele deveria ter feito um pit mais curto para um curto segundo stint com pneus moles). No segundo pit a Brawn cometeu o segundo erro no abastecimento. Mas no terceiro stint ele foi extremamente inconsistente, sendo que teve diversos espasmos de voltas 0.5s mais lentas que o seu pelotão, incluindo a primeira volta depois do terceiro pit, que o fez perder a posição para Button.

Para completar, deu uma entrevista para a BBC no final em que se isentou de qualquer culpa e disse que a Brawn deu uma lição de como se perder uma corrida. As palavras finais: "para ser bem honesto, minha vontade é pegar o meu avião e ir embora sem falar com ninguém, porque vai ser todo mundo na equipe com aquele mesmo blablabla de sempre". Para mim, se ainda existia alguma chance dele dentro da Brawn para ganhar do Button, ela se foi hoje com a sua performance e sua entrevista...

O campeonato de construtores parece estar bem aberto. O de pilotos nem tanto, mas Button precisa recuperar logo a estrela que teve nas primeiras corridas para conseguir garantir a taça.

Piquet e Salazar

Ontem assisti à um GP da Alemanha Clássico pela BBC. Normalmente os GPs clássicos são aqueles em que ingleses venceram, mas desta vez colocaram um GP que realmente foi clássico.
O tal GP foi em 1982 em Hockenhein.
Didier Pironi liderava o campeonado e tinha grandes chances de se o primeiro campeão do mundo francês. Pironi largou na frente, seguido por Piquet de Brabham e Arnoux e Prost de Renault. Sob chuva, Pironi tem um gravíssimo acidente (parecido com o do Gilles Villeneuve) e os ferimentos na perna o fazem abandonar sua carreira.
Mais tarde a corrida recomeça com o primeiro lugar vago. Piquet larga mal, perde posições para as Renaults, mas começa uma recuperação intensa. Logo ele assume a ponta e continua muito rápido, fazendo volta mais rápida o tempo todo.
Aí, quando estava a mais de 25s de Patrick Tambay da Ferrari (a Renaults já tinham abandonado) acontece a cena clássica abaixo, quando Piquet tenta ultrapassar o retardatário Eliseo Salazar.

Mais tarde a BMW falou que o motor de Piquet não aguentaria mais duas voltas...

Só eu que entendi o que ele falou?

Este post é de um assunto besta, só pra tirar o pó do blog, e porque aconteceu na transmissão do GP da Inglaterra. Antes da corrida em Nurburgring acontecer, vou falar sobre isso.

É o seguinte: em determinado momento da corrida, o Burti soltou uma pérola, algo como: "Em determinados momentos, é melhor deixar passar do que ficar brigando por posições. "

Pronto. Todo mundo saiu espinafrando o Luciano. Onde já se viu, falar uma asneira dessas?? Corrida de carro é isso mesmo, é gente brigando por posição! É a maior asneira! Tá parecendo o Galvão!

Certo. Corrida de carro é andar o mais rápido possível na maior parte do tempo. Mas a estratégia de corrida é importante também. E isso todo mundo sabe. Assim como todo mundo sabe que dois pilotos disputando posição têm tempos de volta mais altos do que aqueles que estão "de cara pro vento", como o Galvão gosta. O carro que vai atrás, porque pega ar sujo, retarda a freada, perde ponto de tangência, etc. O carro que vai na frente, porque tem que fechar a porta, dar o lado de fora da curva, prejudicando a sua tangência, freando diferente, fechando a porta também na saída de curva. E nessa disputa também o consumo de pneus é maior, prejudicando a corrida no final. Corrida de carro é andar o mais rápido possível a maior parte do tempo.

Se eu larguei em décimo segundo, e escolhi a tática de uma parada numa corrida de 60 voltas. Vou parar na volta 30, pra arredondar. Você está largando em sexto, e duas paradas, nas voltas 20 e 40. Esta é a estratégia. Você está brigando pelo pódio e eu, com sorte vou beliscar uns pontos.

Na volta 20, você pára. Volta atrás de mim, que andava 0,8 s mais lento por volta, tanque cheio, sacumé. Mesmo com tanque cheio, você seria 0,2 s mais rápido que eu, porque quem larga em sexto e décimo segundo, tem uma diferença dessa na pista. Acontece que brigando na pista ambos perdemos 2 décimos do nosso tempo ideal. Pior pra você, que está perdendo 0,4 segundos por volta.

Então essa briga dura das voltas 20 a 30. perdi 2 segundos e você, 4. Eu entro para o abastecimento, você continua mais 10 voltas. Nessas 10 voltas, eu de tanque cheio e você vazio. o suficiente para abrir mais de 20 segundos, e você retornar da sua parada na minha frente. Estraguei a sua corrida. Mas posso também ter estragado a minha.

Se na volta 21 você tivesse me passado, eu teria perdido somente 2 décimos nessa briga. E esse 1,8 segundos poderiam me dar uma ou duas posições na volta 30, e quando outros pilotos fizessem a segunda parada. Poderia até tentar os pontos. Mas não, perdi 2 preciosos segundos numa briga inócua para mim. E ainda me arrisquei a bater e estragar tudo. Corrida de carro é andar o mais rápido possível a maior parte do tempo. Ou seja, no tempo total da corrida.

Eu chutei valores, mas as diferenças de tempo de volta com o tanque cheio e vazio são talvez até maiores que isso. Disputa de posição, fica nisso mesmo por volta.

Então, só eu entendi o que Burti quis dizer? E ele, está certo ou errado? Eu acho que ele está certo...